Dinheiro não compra tudo, é verdade. Mas compra o melhor hospital da América Latina (um dos melhores do mundo) e uma equipe médica que, sim, salva vidas.

Somos todos iguais perante a Deus? Bem, para quem acredita em divindades, seja lá o credo professado, sim, afinal, doenças e fatalidades não diferenciam suas vítimas.

O melhor do ser humano é o ser humano: Verdade! Mas o pior, também. A solidariedade que salva é, muitas vezes, o alvo das ilimitadas iniquidades terrenas.

A morte aproxima a todos, dizem. Não há dúvida. Mas o pós-morte imediatamente começa a reparar a tese. Indigentes, solitários, personalidades, enfim, têm tratamento diferenciado tão logo cerrem os olhos.

Caixão não tem gaveta! Não mesmo. Seja para bens materiais ou órgãos. Eis uma verdade insofismável. Ainda que alguns imaginem, no “paraíso”, precisar, sei lá, de córnea.

Hoje é sexta-feira, dia mundial da filosofia de boteco. É cedo, eu sei, e nem “tomei uma” ainda. Mas lendo sobre o Faustão, me deu vontade de refletir e escrever a respeito.

Lembrei-me agora de uma canção meio bobinha, lá dos idos dos anos 1970: Clareana, da cantora e compositora Joyce Moreno:

“Um coração. De mel de melão. De sim e de não. É feito um bichinho no Sol de manhã. Novelo de lã. No ventre da mãe bate o coração de Clara, Ana e quem mais chegar. Água, terra, fogo e ar”.

No peito do notório apresentador, agora bate o coração de um anônimo, Fábio Cordeiro, jogador de futebol de várzea, morto aos 35 anos enquanto instalava azulejos em uma obra, vítima de um AVC.