Os indicadores industriais do mês de julho indicam a perda de dinamismo da atividade industrial em 2023. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, 31, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra queda no faturamento real da indústria da transformação, do número de horas trabalhadas na produção e do nível de utilização da capacidade instalada. Segundo os Indicadores, o faturamento real recuou 0,9% em julho, na comparação com junho, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com julho de 2022, o índice apresenta queda de 6,8%.

“O indicador intercala resultados positivos e negativos desde o último trimestre de 2022. Contudo, os meses de crescimento não têm sido suficientes para reverter completamente os movimentos de queda, estabelecendo uma trajetória de queda ao longo de 2023”, destaca da CNI.

Para a economista da CNI, Larissa Nocko, os números “refletem que a indústria de transformação permanece penalizada pela política monetária apertada e pelo ambiente de crédito desfavorável, e sem o impulso da recuperação produtiva que esteve presente em 2021 e 2022”.

As horas trabalhadas na produção recuaram 0,2% em julho na comparação com junho. Já em relação a julho de 2022, houve avanço de apenas 0,2% no indicador.

O indicador do emprego industrial ficou estável na passagem de junho para julho, variando apenas 0,1%.

O índice também vem intercalando recuos e avanços de baixa intensidade no ano, sinalizando “perda de dinamismo”, sem repetir os avanços de 2021 e 2022. Mas a CNI destaca que, apesar disso, a série se encontra em patamar superior ao verificado em 2022 e, em relação a julho do ano passado, houve um avanço de 0,4%.

A massa salarial também começou o segundo semestre estável. Segundo a pesquisa, em julho, a massa salarial real da indústria da transformação teve ligeiro avanço de 0,1% ante junho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 2,3%.

Já o rendimento médio real ficou estável em julho em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês de 2022, o indicador apresenta alta de 1,9%.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) continua com tendência de queda. Em julho, o indicador ficou em 78,2%, recuo de 0,3 pontos porcentuais em relação a junho. Se comparado a julho de 2022, o recuo é ainda maior, de 3,4 pp. “O resultado mostra continuidade da tendência de queda, observada na série desde 2021”, destaca a CNI.