O setor de serviços faturou R$ 86 bilhões na capital paulista em 2021, mostrando um crescimento de 17,5% em relação ao faturamento do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Só em dezembro do ano passado as atividades do setor faturaram R$ 60,3 bilhões. Esse é o valor mais alto da série para o mês. Na comparação com o mesmo período de 2020, o indicador avançou 9,2%, representando um montante superior de R$ 5 bilhões.

Para os técnicos da FecomercioSP, a expansão do setor em 2021 ocorreu em razão da recuperação do crescimento que não aconteceu em 2020.

“Apesar de alguns setores terem registrado recorde de faturamento, outros ainda não conseguiram voltar ao patamar pré-pandemia. As atividades mais impactadas são as que dependem da maior circulação de pessoas, como o turismo, o lazer e alguns segmentos da indústria, afetados pelo desabastecimento das cadeias produtivas”, explicam os especialistas da FecomercioSP.

Além disso, dizem eles, como a população ainda não voltou a consumir os serviços presenciais em níveis pré-crise, é possível que o consumo desses setores ao longo deste ano siga sendo afetado negativamente. Neste contexto, há também os impactos da variante Ômicron e do surto de influenza sobre a demanda de bens e serviços, reduzindo, mais uma vez, as atividades.

Turismo se destaca

Dos 13 segmentos que compõem o indicador, apenas dois registraram queda no faturamento real, no comparativo interanual: agenciamento, corretagem e intermediação, com recuo de 1,2% e serviços bancários, financeiros e securitários, com queda de 8,9%.

Os serviços de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados, por sua vez, se destacaram, com aumento de 78,7%, faturando R$ 370 milhões a mais do que o observado em dezembro de 2020.

Já no acumulado em 12 meses o avanço foi de 7,7%. No ano, também houve alta de 7,7%, representando, em números absolutos, um crescimento de R$ 353 milhões em relação ao faturamento de dois anos atrás.

As demais atividades que apresentaram variação positiva foram: educação, 11,2%; jurídicos, econômicos, técnico-administrativos, 16,5%; mercadologia e comunicação, 24,4%; representação 45,8%; Simples Nacional, 11,7% e outros serviços, com alta de 23,6%.

Na avaliação da FecomercioSP, o cenário ainda é de incertezas, não apenas pelo quadro pandêmico, mas também por causa da alta dos juros, da inflação elevada e das instabilidades políticas doméstica e mundial.