O desempenho negativo da economia fez com que o faturamento das micro e pequenas empresas paulistas voltasse a patamares de 2009, período em que o Brasil enfrentava os reflexos de uma crise financeira com implicações globais. Conforme aponta a pesquisa Indicadores Sebrae-SP, a receita total das MPEs em abril de 2016 foi de R$ 45,3 bilhões, 12,4% menor em relação ao mesmo mês do ano passado, o que significa R$ 6,4 bilhões a menos no caixa dos empreendedores. É a 16ª queda consecutiva.

O setor que mais sentiu a retração foi o de serviços, com uma diminuição de 16,2% no faturamento real, quando já descontada a inflação do período, seguido pela indústria, que viu sua receita encolher em 14,8% e o comércio, com queda de 12,8%. O cenário negativo se repete quando analisado o acumulado do ano. Entre janeiro a abril, as MPEs tiveram queda de 14,4% na receita real sobre o mesmo período de 2015.

A folha de pagamento das MPEs também encolheu nos quatro primeiros meses do ano. A queda real foi de 4,2%, com uma variação positiva de 0,2% no rendimento real dos empregados. No total de pessoal ocupado, houve uma queda de 2,7%, o que indica uma retração nos postos de trabalho.

“Como ocorre nos períodos de crise, o mercado de trabalho é sempre o último a se recuperar. Dessa forma, primeiro as micro e pequenas empresas precisam voltar a registrar aumento de faturamento para depois abrirem postos de trabalho”, explica o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Além das MPEs, os microempreendedores individuais (MEIs) também tiveram uma queda acentuada no faturamento mensal. Quando descontada a inflação do período, os MEIs deixaram de acumular 19,9% na receita de abril se levado em consideração o mesmo período do ano passado.

No acumulado do ano (janeiro a abril), a categoria amargou uma queda de 24% na receita real sobre o mesmo período de 2015.