Apesar de ter parabenizado Donald Trump pela eleição nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já fez críticas ao republicano antes da conclusão do pleito estadunidense.
Na manhã desta quarta-feira, 6, o petista cumprimentou Trump pela vitória e destacou que a “democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”. “O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, completou.
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Antes da finalização da eleição estadunidense, Lula declarou apoio à candidata Kamala Harris no dia 1 de novembro e, durante uma entrevista à TV francesa “TF1”, disse que a democrata era a opção “mais segura” para a democracia. “Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio (em 6 de janeiro de 2021), uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu”, afirmou.
“Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, em vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho mais sagrado que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições”, acrescentou.
Do mesmo modo que fez com Kamala Harris, Lula apoiou o presidente Joe Biden quando ele era concorria novamente à Casa Branca. Em 27 de junho, durante entrevista à Rádio Itatiaia, o petista disse que o atual mandatário dos EUA seria a melhor opção para garantir a democracia e que Trump “não seria presidente do mundo”.
“Se o Trump ganhar, a gente não sabe o que ele vai fazer. Porque ele fala muito. Ele chegou a dizer que se algum país quiser escapar do dólar como moeda de referência ou comercial, ele vai punir o país. Ele não é presidente do mundo. Então essas pessoas que fazem muitas bravatas eu sinceramente não gosto, não acho que é bom na política”, afirmou.
Em outra ocasião, quando indagado sobre a capacidade de Biden de concorrer – após a péssima performance durante o debate da CNN em junho de 2024 –, Lula disse que isso competia ao democrata e afirmou que ele teve simpatia, ao contrário do adversário que foi “mais agressivo e mentiroso”.
Quando o republicano foi atingido por um disparo que perfurou a parte direita da sua orelha direita durante comício em Butler, na Pensilvânia, Lula classificou o episódio como “abominável”, mas destacou que Trump iria “tentar tirar proveito disso. Aquela foto dele com o braço erguido, aquilo se fosse encomendado não sairia melhor. Mas de qualquer forma, vai explorar isso. Cabe aos democratas encontrar um jeito de não permitir que seja isso a razão pela qual ele tenha votos”.
No início deste ano, em 8 de fevereiro, o mandatário brasileiro disse à Rádio Itatiaia que o pleito dos EUA não tem influência no cenário nacional e ressaltou que “o Trump é uma questão americana, é a loucura americana, e o outro [o ex-presidente Jair Bolsonaro] foi a loucura aqui”.