Os EUA iniciaram, na semana passada, a maior deportação de imigrantes ilegais em sua história recente. Mais de treze mil haitianos estão sendo retirados do país, e pelo menos sete voos diários são realizados nessa operação — a maioria dos haitianos não são informados sobre o destino, algo que seria impensável na gestão de Joe Biden. Daí as revoltas que estão ocorrendo durante as viagens ou quando os passageiros percebem que chegaram de volta ao aeroporto de Porto Príncipe, capital haitiana. A tripulação atira as bagagens pelas portas e janelas. A polícia norte-americana também bloqueou a fronteira com o México, na região da Ciudad Acuña, onde imigrantes haviam montado acampamentos. Para impedir a entrada nos EUA, agentes da fronteira, montados em cavalos, os laçam e os puxam — lembrando cenas de clássicos filmes de faroeste. A Casa Branca declarou que tal forma de atuação é “terrível”. Em se tratando de uma nação que tem Biden como chefe de Estado, a nota oficial é meramente protocolar — é mais ao estilo conservador que ao democrata. Já a congressista Ihan Omar, também democrata, foi explícita: “é crueldade, trata-se de abuso dos direitos fundamentais. É violação das leis internacionais”. O Secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, afirmou que os fatos serão investigados, mas alertou: “se você vier ilegalmente para o país será devolvido; e você estará colocando a sua vida e a de sua família em situação de perigo”.

Não posso cruzar aqui, não posso cruzar ali. O que eu vou fazer? Jean Agenor, imigrante haitiano

MEIO AMBIENTE
Criminosa devastação

PROVA CONTUNDENTE Madeiras que serão queimadas: pena de morte para as florestas (Crédito:Paulo Santos )

Setembro marca o final da temporada de queimadas na região compreendida entre os estados do Amazonas e de Rondônia. E nela há um crime: estima-se que cerca de dois mil e setecentos hectares foram destruídos de forma intencional. Não houve, assim, o menor respeito ao acordo de moratória de queimadas e desmate com prazo para valer até outubro (alguém achou que daria certo?). É absurda a quantidade de madeira empilhada cujo destino é ser reduzida a pó. O avanço de atividades ilegais nessa área precisa ser enérgica e imediatamente reprimido; quanto ao avanço do agronegócio, tem ele de ser regulamentado em nome da preservação ambiental.

2,7 mil hectares foram destruídos de forma intencional

EXPOSIÇÃO
Rita Lee no MIS

RITA LEE Absurdo: inteligência e irreverência presas pelo reacionarismo (Crédito:Divulgação)

Rita Lee vai se sentir em casa no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo: além das músicas que embalaram — e ainda embalam – gerações de brasileiros, a artista sempre teve um impacto visual muito forte, de ícone da moda à presença no palco. A mostra “Samsung Rock Exhibition — Rita Lee”, inaugurada na quinta-feira 23, reúne centenas de objetos relativos à carreira da cantora. Assina a cenografia Chico Spinosa. A curadoria, feita por Rita e João Lee, seu filho, traz memórias desde a época dos Mutantes, nos anos 1960, até a turnê do último álbum, “Reza”, de 2012. “Sou dessas acumuladoras que não jogam fora nem papel de embrulho e barbante. Vou adorar abrir meu baú e dividir aquilo que as traquitanas contam com quem for visitar”, afirma Rita. “É muito emocionante. Tem uma parte dessa história que vivi com ela. Então, ver essas roupas, esses momentos tomarem vida, é muito interessante. São personagens, também, de meus sonhos e imaginação. Isso mexe diretamente com minha emoção”, diz João Lee.

TELEVISÃO
Bolsonaro = Chiqueirinho = Pig-Pen

Divulgação

Jimmy Kimmel é um dos mais populares apresentadores de TV nos EUA. Em seu programa, na terça-feira 21, ele ironizou com inteligência a recusa de Jair Bolsonaro em se vacinar contra a Covid-19. Exibiu a imagem do personagem Chiqueirinho (acima), criado pelo cartunista americano Charles M. Schulz. Chiqueirinho (Pig-Pen, em inglês) está sempre sujo
e em meio à poeira.

27 milhões de procedimentos não emergenciais na área da saúde deixaram de ser realizados em 2020 devido à indispensável, justa e humana prioridade que teve de ser dada aos pacientes de Covid. Foram adiados 16,6 milhões de diagnósticos (sobretudo de câncer), 1,2 milhão de pequenas cirurgias e 210 mil transplantes. Os dados são do CFM.