ROMA, 20 AGO (ANSA) – O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, disse que “faria tudo de novo”, ao responder hoje (20) as críticas de seria o responsável pela crise política que levou à renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte. “Obrigado e finalmente: faria de novo tudo que fiz”, disse o líder do partido nacionalista Liga Norte, em um pronunciamento no Senado, logo após o discurso de Conte, no qual o premier anunciou que renunciaria ainda hoje ao seu cargo.   

“Estou aqui com a grande força de ser um homem livre. Isso quer dizer que não tenho medo do julgamento dos italianos. Nesta sala, há mulheres e homens livres, e mulheres e homens menos livres. Quem tem medo do julgamento do povo italiano não é um homem ou mulher livre”, rebateu Salvini. O político foi o principal alvo do discurso de Conte, que o acusou de “oportunismo” e “irresponsabilidade” por decretar o fim da aliança com o Movimento 5 Estrelas (M5S) e pedir a convocação de novas eleições na Itália. “É uma novidade o que aconteceu hoje. Lamento que o presidente do Conselho de Ministros tenha tido que me suportar por um ano”, disse Salvini, em tom de ironia. “Perigoso, autoritário, preocupante, ineficaz, inconsciente. Bastava o [jornalista Roberto] Saviano ou [Matteo] Renzi para me fazer tantos insultos, mas não o presidente do Conselho”, disse. Salvini também tentou se defender dos ataques e argumentou que o governo terminou porque “no Parlamento, nas Comissões, em todo governo eram ‘muitos ‘nãos’ [aos projetos e propostas]”. O líder da Liga Norte disse ainda que não teme uma aliança entre o Movimento 5 Estrelas e o opositor Partido Democrático. “Se quiserem completar as reformas, estamos aqui. Se quiserem governar com Renzi, boa sorte”, disse Salvini, referindo-se ao ex-parceiro de coalizão, Luigi Di Maio. (ANSA)