05/04/2018 - 11:03
São Paulo, 5 – A safra global de grãos 2017/18 deverá ser recorde em produção e estoques, avaliou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, 5. A entidade estima que a produção na temporada deverá crescer 33 milhões de toneladas (1,3%) em relação à 2016/17, totalizando 2,646 bilhões de toneladas. Em relação à expectativa divulgada em fevereiro, a nova projeção é 3,5 milhões de toneladas maior.
Em relação aos grãos forrageiros, a estimativa da FAO para 2017/18 é de produção de 1,385 bilhão de toneladas, 2,5% (34 milhões de toneladas) maior na comparação com 2016/17. A FAO aponta que a colheita da safra de 2017/18 está começando nos países do Hemisfério Sul, enquanto as plantações estão em andamento no Norte (2018/19). Na América do Sul, a produção deverá cair em relação aos recordes de 2017, “em meio a um mau tempo na Argentina e uma mudança do cultivo de milho para a soja no Brasil”, diz.
Sobre a produção mundial de trigo, a expectativa é de queda por causa das condições climáticas menos favoráveis e preços mais baixos. A FAO projeta uma produção de 757,4 milhões de toneladas em 2017/18, ante 759,6 milhões de toneladas em 2016/17. A previsão da FAO para a produção mundial de arroz também foi elevada para um recorde de 503 milhões de toneladas, com melhores perspectivas para a safra secundária na Índia.
Demanda
A FAO também projetou que a utilização de grãos na safra 2017/18 deve crescer. No total, a demanda deve ficar em 2,612 bilhões de toneladas, 1,5% maior ante 2016/17. Segundo a FAO, o consumo global de trigo deve crescer cerca de 3 milhões de toneladas, para 736,4 milhões de toneladas; o de grãos forrageiros crescer 2,3%, para 1,372 bilhão de toneladas; e o de arroz aumentar 1,1%, para 503 milhões de toneladas.
As reservas globais de grãos devem crescer 3,9% na safra 2017/18, para 748,2 milhões de toneladas (menos 25 milhões de toneladas ante a previsão anterior). Com isso, a relação entre estoques e consumo deve ficar em 28% na temporada, acima da de 27,6% de 2016/17.