04/05/2018 - 18:00
Fade in.
Trilha e créditos de abertura.
“Diário de bordo, data estelar 090518.
– Comandante Kirk, da nave BR-Democracy, em sua viagem de 500 anos rumo ao desconhecido, onde ninguém teve o bom senso de se aventurar.
Finalmente conseguimos atravessar a Lulosfera.
Apesar de alguns tripulantes ainda acreditarem que aquela região era segura, a grande maioria concorda tratar-se de uma área nociva para nossa sobrevivência, por isso, apesar das avarias, seguimos nossa jornada com ânimos redobrados.
Não conseguiremos avançar à velocidade da luz, mas ao menos podemos nos concentrar em uma rota mais segura.
Fim da gravação.”
…
– Capitão!! Capitão!!
Capitão Kirk, finalmente relaxado em sua cabine, é interrompido pelo intercomunicador enquanto faz as unhas do pé.
– Prossiga Tenente Uhura.
– Estou recebendo sinais de uma nave desconhecida a nossa frente.
Kirk veste suas calças e dispara para a cabine de comando.
A nave alienígena já pode ser vista através das janelas panorâmicas.
Uma enorme capsula espacial em forma de chuchu se aproxima.
Kirk ri alto.
– Relaxem! Não há perigo!
– Mas comandante! Essa espaçonave está muito próxima de nós!
– Confiem em mim. São inofensivos. Trata-se de uma nave de reconhecimento do Planeta Alckmin. Não são agressivos. Vão apenas se aproximar de nós por curiosidade.
Todos acompanham a aproximação, tensos — menos Kirk, seguro de seu diagnóstico.
Os Alckminianos se aproximam e Kirk não pede sequer que sejam erguidos os escudos protetores.
Todos respiram aliviados.
Kirk senta-se em sua poltrona de comando e fala ao microfone:
– Sala de Máquinas, reporte status.
A voz do segundo oficial Scott ecoa na cabine.
– Instituições e indicadores estão avariados, comandante. Mas estamos avançando na manutenção.
– Estimativa?
– Temo que só estaremos 100% daqui aproximadamente trinta anos, senhor.
Kirk fecha os punhos irritado.
– Acelere o máximo que conseguir, senhor Checov. Temos que chegar ao Cinturão Eleitoral o quanto antes.
– Mas senhor…não há nada lá… — deixa escapar o piloto, tenente Sulu.
Kirk responde em tom grave.
– Senhores, essa é nossa única chance. A sobrevivência da Democracy depende de encontrarmos um lugar seguro e habitável na galaxia eleitoral. Algum lugar que tenha condições mínimas de sobrevivência.
Spock, sempre discreto, se aproxima de Kirk e fala ao seu ouvido.
– Espero que você não esteja se referindo ao Planeta Ciro, James.
– Não me referia a ele, Spock. Mas por que não, qualquer alternativa merece ser analisada, não?
– Numa análise sem emoção, senhor, devo informar que meus registros indicam que Ciro pode não ser tão pacífico quanto vocês terráqueos imaginam.
Kirk não responde. Apenas coça o queixo, preocupado.
– Mas agora ele pode ser a única opção no quadrante esquerdo, não?
Spock revira os olhos de enfado, e se afasta.
– Comandante, estamos nos aproximando da Galaxia de Aecio.
– Ignorem. Está abandonada. Vamos em frente.
A Democracy continua rumo ao Cinturão Eleitoral.
De repente, um forte impacto atinge a cabine de comando.
– Relatório de avarias!! — demanda Kirk.
– Fomos atingidos comandante!!
Kirk levanta e confere os computadores.
– Meu Deus. Estamos sendo atacados pelos Bolsonaros!
Todos se entreolham aterrorizados.
Será o fim da Democracy?
Só saberemos no próximo episódio.
Fade out, sobe créditos.