Fade in.

Trilha e créditos de abertura.

“Diário de bordo, data estelar 090518.

– Comandante Kirk, da nave BR-Democracy, em sua viagem de 500 anos rumo ao desconhecido, onde ninguém teve o bom senso de se aventurar.

Finalmente conseguimos atravessar a Lulosfera.

Apesar de alguns tripulantes ainda acreditarem que aquela região era segura, a grande maioria concorda tratar-se de uma área nociva para nossa sobrevivência, por isso, apesar das avarias, seguimos nossa jornada com ânimos redobrados.

Não conseguiremos avançar à velocidade da luz, mas ao menos podemos nos concentrar em uma rota mais segura.

Fim da gravação.”

– Capitão!! Capitão!!

Capitão Kirk, finalmente relaxado em sua cabine, é interrompido pelo intercomunicador enquanto faz as unhas do pé.

– Prossiga Tenente Uhura.

– Estou recebendo sinais de uma nave desconhecida a nossa frente.

Kirk veste suas calças e dispara para a cabine de comando.

A nave alienígena já pode ser vista através das janelas panorâmicas.

Uma enorme capsula espacial em forma de chuchu se aproxima.

Kirk ri alto.

– Relaxem! Não há perigo!

– Mas comandante! Essa espaçonave está muito próxima de nós!

– Confiem em mim. São inofensivos. Trata-se de uma nave de reconhecimento do Planeta Alckmin. Não são agressivos. Vão apenas se aproximar de nós por curiosidade.

Todos acompanham a aproximação, tensos — menos Kirk, seguro de seu diagnóstico.

Os Alckminianos se aproximam e Kirk não pede sequer que sejam erguidos os escudos protetores.

Todos respiram aliviados.

Kirk senta-se em sua poltrona de comando e fala ao microfone:

– Sala de Máquinas, reporte status.

A voz do segundo oficial Scott ecoa na cabine.

– Instituições e indicadores estão avariados, comandante. Mas estamos avançando na manutenção.

– Estimativa?

– Temo que só estaremos 100% daqui aproximadamente trinta anos, senhor.

Kirk fecha os punhos irritado.

– Acelere o máximo que conseguir, senhor Checov. Temos que chegar ao Cinturão Eleitoral o quanto antes.

– Mas senhor…não há nada lá… — deixa escapar o piloto, tenente Sulu.

Kirk responde em tom grave.

– Senhores, essa é nossa única chance. A sobrevivência da Democracy depende de encontrarmos um lugar seguro e habitável na galaxia eleitoral. Algum lugar que tenha condições mínimas de sobrevivência.

Spock, sempre discreto, se aproxima de Kirk e fala ao seu ouvido.

– Espero que você não esteja se referindo ao Planeta Ciro, James.

– Não me referia a ele, Spock. Mas por que não, qualquer alternativa merece ser analisada, não?

– Numa análise sem emoção, senhor, devo informar que meus registros indicam que Ciro pode não ser tão pacífico quanto vocês terráqueos imaginam.

Kirk não responde. Apenas coça o queixo, preocupado.

– Mas agora ele pode ser a única opção no quadrante esquerdo, não?

Spock revira os olhos de enfado, e se afasta.

– Comandante, estamos nos aproximando da Galaxia de Aecio.

– Ignorem. Está abandonada. Vamos em frente.

A Democracy continua rumo ao Cinturão Eleitoral.

De repente, um forte impacto atinge a cabine de comando.

– Relatório de avarias!! — demanda Kirk.

– Fomos atingidos comandante!!

Kirk levanta e confere os computadores.

– Meu Deus. Estamos sendo atacados pelos Bolsonaros!

Todos se entreolham aterrorizados.

Será o fim da Democracy?

Só saberemos no próximo episódio.

Fade out, sobe créditos.