Debandada em Tremembé: os famosos que saíram e os que ficam no presídio

Penitenciária conhecida como 'prisão dos famosos' busca abandonar alcunha e alojar detentos com outros perfis

Debandada em Tremembé: os famosos que saíram e os que ficam no presídio

A Penitenciária 2 de Tremembé, em São Paulo, voltou aos holofotes após o lançamento da série homônima, que reconta a história dos detentos mais lembrados da chamada “prisão dos famosos”. No passado, o local já alojou nomes como Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni – mas hoje diminuiu consideravelmente a quantidade de criminosos com grande repercussão midiática. 

Em um intervalo de menos de uma semana, o ex-jogador Robinho e o empresário Thiago Brennand – ambos condenados por estupro – deixaram Tremembé para seguir cumprindo pena em penitenciárias diferentes. O movimento faz parte da nova fase da prisão, que busca abandonar a alcunha de “detenção dos famosos” e passar a abrigar criminosos com outros perfis.

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Quem ainda está em Tremembé?

Roger Abdelmassih

Um dos nomes mais lembrados de Tremembé – e personagem recorrente da nova série – Roger Abdelmassih foi um médico que permeou a classe artística e midiática dos anos 1990 e 2000. Ele atendia mulheres em seu consultório para supostos procedimentos de reprodução assistida, considerado um “realizador de milagres”.

Abdelmassih, porém, protagonizou um dos maiores escândalos da medicina brasileira: foi descoberto que, entre 1995 e 2008, ele abusou sexualmente de pelo menos 37 de suas pacientes, muitas sob efeito de sedação. As primeiras acusações chegaram em 2009 e, no ano seguinte, o ex-médico foi condenado a 278 anos de prisão, pena posteriormente reduzida para 181 anos. Antes de ser detido, chegou a fugir do país e ficou foragido por três anos.

Atualmente com 82 anos, Abdelmassih segue em uma cela individual no setor médico de Tremembé. Mesmo com alegações de problemas cardíacos e respiratórios, como miocardiopatia dilatada e hipertensão pulmonar, a Justiça nunca concedeu prisão domiciliar ao abusador.

Lindemberg Fernandes Alves

Lindemberg ficou conhecido quando, em 2008 – então com 22 anos -, assassinou a ex-namorada Eloá Pimentel, de apenas 15 anos. Não aceitando o fim do relacionamento, ele manteve a adolescente em cárcere privado por mais de 100 horas, incluindo transmissão televisiva e negociações com a polícia.

Na ocasião, ele foi preso em flagrante e condenado por crimes como homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e cárcere privado. A pena inicial foi de 98 anos e 10 meses de detenção, mas depois reduzida para 39 anos e três meses. 

Desde que deu entrada na prisão, ele segue com bom comportamento, trabalhando e estudando. Em 2022, ele conseguiu autorização para migrar para o regime semiaberto – permitindo que ele realize suas atividades em liberdade durante o dia e volte ao presídio para dormir.

Ronnie Lessa

Ronnie Lessa é assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros em 2018. Em 2024, ele foi transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para a P1 de Tremembé, sob ordem do ministro do Supremo tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo as últimas atualizações, Lessa seguia em uma cela isolado, sem contato com outros presos – medida que serve para garantir a integridade física do detento. Condenado cinco vezes, somando 193 anos e 11 meses em penas nas Justiças estadual e federal, o assassino deve seguir em regime fechado no máximo até 2037.

Fernando Sastre

Fernando Sastre está preso preventivamente desde 2024 pela morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, além de ter ferido o Marcus Vinicius Machado Rocha. Na ocasião, domingo de Páscoa, o jovem dirigia um Porsche a 156km/h na Avenida Salim Farah Maluf- sendo que o limite para a via é de 50 km/h.

Ele bateu violentamente na traseira do veículo de Ornaldo da Silva Viana e só se apresentou na delegacia quase 40 horas depois do acidente. Após isso, Fernando virou réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, tendo mandado diversas solicitações de liberdade ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), todas negadas. Segundo a defesa do assassino, a prisão preventiva é “desproporcional” e a aplicação de medidas cautelares já seria suficientes.