A influenciadora brasileira Biarciane Schroeder Fernandes, de 36 anos, faz grande sucesso no TikTok, atualmente. No passado, no entanto, ela sofreu com violência doméstica, quando morou na Suécia com o ex-marido e os quatro filhos, e a criadora de conteúdo relembra este episódio.

“Costumo dizer que todo ser humano precisa ter uma base familiar muito forte. Acho que o primeiro homem que ensina uma mulher como ela merece ser tratada é o pai. Eu não tive isso na minha infância e há dois anos atrás quando me converti para o islamismo, conheci uma pessoa que veio para o Brasil por um mês e acabei me casando. Ele voltou para a Suécia, depois voltou para cá e ficou mais 15 dias. Ele me convenceu a ir para a Suécia com ele e os meus filhos. Quando eu cheguei lá, comecei a viver um pesadelo. Descobri que ele era casado legalmente lá, embora não vivesse com a mulher. Por causa disso, ele não poderia me prover um visto de permanência como esposa e eu tive que buscar asilo para tentar permanecer no país com os meus filhos”, contou.

Na sequência, Biarciane disse que precisou ficar um tempo no hotel de imigração ao antes de ir morar com o marido e os filhos em um apartamento: “Quando me mudei, ele começou a se tornar uma pessoa muito agressiva comigo e com meus filhos. Eu perdi uma vida de liberdade que eu tinha aqui no Brasil e passei a cuidar só da casa, acabei aceitando isso por achar que estando em outro país, eu poderia dar uma condição melhor para meus filhos”.

A influencer relata também que o marido xingava muito seus filhos, e que ele se tornou cada vez mais agressivo: “Não era de discutir, mesmo quando acontecia esse tipo de situação, preferia me isolar no quarto com as crianças e não dormia com ele. Um dia fui levar as crianças para a escola de manhã e na volta ele passou de carro e mandou eu entrar. Chegando em casa, ele perguntou se eu queria o divórcio e eu disse que sim. Mas ele falou: ‘mas eu nunca vou te dar o divórcio e vai tirando a roupa que você é minha mulher e eu vou transar com você agora’. Eu falei que não e ele me jogou na cama, tentou tirar minha roupa à força”.

“Eu só me debatia e tentava tirar ele de cima de mim, quando ele viu que eu estava sendo muito forte, ele me deu um tapa muito forte no rosto, começou a tapar a minha boca e disse que ninguém ia me socorrer porque eu estava em outro país, que ninguém se importava comigo. Comecei a correr pela rua, pedindo ajuda, não tinha ninguém pra me ajudar. Foi um período muito difícil pra mim. Morei num abrigo de violência doméstica com as crianças. O homem agressor sempre fala que isso não vai acontecer mais. Voltei para o apartamento e ele começou a se tornar cada vez mais agressivo”, completou ela, detalhando mais o caso.

Ao se ver no fundo do poço e com um sentimento de fracasso, Biarciane começou a buscar alternativas para deixar a Suécia e livrar seus filhos e a si mesmo desse ambiente tóxico.

“Eu não tinha ninguém para me ajudar a comprar a passagem, então precisava arrumar um jeito de voltar para o meu país. Foi aí que meus filhos me mostraram o TikTok e eu comecei a fazer as lives e ali comecei a ganhar dinheiro. Coloquei na cabeça que iria juntar o dinheiro para ir ao Brasil. Pedi para o pai dos meus filhos que buscassem eles no aeroporto e eu ia acabar com minha vida, porque eu tinha falhado como mãe, porque eu não tinha tido um pai que me desse uma estrutura familiar, porque eu tinha me sentido um lixo de mulher, um lixo de esposa”, afirmou.

Depois de passar por tudo isso, Biarciane contou que no meio deste turbilhão de sentimentos, encontrou uma pessoa que a motivou a continuar lutando pela vida: “Ele me deu um suporte, me ajudou e eu consegui aos poucos me encontrar, me motivar. Comecei a enxergar a minha vida através dessa pessoa que me ajudou e ver que eu era forte, o quanto eu era guerreira, o tanto que eu tinha lutado para me manter viva e meus filhos também”.

Por fim, após ter conseguido retornar ao Brasil, ela ainda disse que teve que lidar com as constantes exposições de sua vida privada: “Quando cheguei aqui, ele começou a expor nossos momentos de intimidade, vídeos e fotos minhas nuas. Fiz uma medida protetiva, só que tudo isso parava numa barreira chamada fronteira de país”.

“Se ele estivesse aqui no Brasil, ele não poderia fazer nada comigo porque senão ele seria preso. Ele continua fazendo até hoje me expondo dessa maneira, mas eu consegui entender que o que importa nisso tudo é eu estar bem comigo mesma. Fui forte e consegui superar esse momento de agressão tendo amor próprio e muita força”, concluiu.