Um grupo de famílias de reféns e manifestantes bloqueou o trânsito em frente à residência do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, na noite de domingo (21), exigindo que o governo chegasse a um acordo para garantir o retorno dos reféns restantes no cativeiro do Hamas.
Organizada pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, a manifestação andou na linha tênue, tentando responsabilizar o governo pela vida dos reféns, evitando ao mesmo tempo uma condenação direta.
No meio dos discursos dos familiares dos reféns, os organizadores tiveram que silenciar rapidamente os manifestantes perdidos que explodiram em gritos de “Vergonha!” contra o governo.
A manifestação ocorreu num curto espaço de tempo, em meio a notícias do Wall Street Journal sobre um plano proposto pelos EUA, Egito e Catar para interromper prolongadamente a guerra, providenciar o retorno dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas e levar à normalização total para Israel com os seus vizinhos e conversações para a criação de um Estado palestino.
Israel acredita que 132 reféns permanecem em Gaza, após um acordo no final de novembro que libertou 105 civis do Hamas. As forças do exército de Israel confirmaram a morte de 28 dos que ainda estão detidos pelo Hamas, citando novas informações e descobertas obtidas por tropas que operam em Gaza. Quatro reféns foram libertados antes disso e um foi resgatado pelas tropas. Os corpos de oito reféns também foram recuperados e três reféns foram mortos por engano pelos militares. Mais uma pessoa está dada como desaparecida desde 7 de outubro e seu destino ainda é desconhecido.
Quando a manifestação começou no domingo, apenas algumas dezenas de pessoas haviam chegado ao local, mas a multidão cresceu rapidamente. Os manifestantes se reuniram em torno de uma animada roda de tambores e agitaram cartazes com os rostos e nomes daqueles que permanecem em cativeiro do Hamas, gritando: “O gabinete é responsável pelas vidas dos reféns!”
Depois que os discursos terminaram, as famílias montaram tendas abaixo da casa de Netanyahu. Eles pretendem permanecer nas tendas até que “o primeiro-ministro concorde com um acordo para devolver os reféns”, segundo o porta-voz da organização.
Ao lado das tendas estão pendurados cartazes pedindo a libertação dos reféns. Um deles no centro dizia: “Amamos os nossos filhos mais do que odiamos o Hamas”.
Além dos 132 reféns, o Hamas mantém os corpos de dois soldados capturados desde 2014, bem como de dois civis israelenses, que se acredita estarem vivos após entrarem na região por conta própria em 2014 e 2015, respectivamente.