As famílias dos reféns israelenses fizeram um apelo a Donald Trump para que mantenha o acordo proposto para encerrar a guerra em Gaza, antes da reunião desta segunda-feira entre o presidente americano e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
“Pedimos respeitosamente que permaneça firme contra qualquer tentativa de sabotar o acordo que você propôs”, escreveu o Fórum das Famílias de Reféns, a principal organização que representa os parentes dos reféns mantidos em Gaza, em carta aberta a Trump.
“Os riscos são muito elevados e nossas famílias esperaram tempo demais para que qualquer interferência possa desviar este progresso”, acrescenta o texto.
O apelo responde às declarações feitas por Trump no domingo sobre um iminente avanço nas negociações de paz, baseado em um plano de 21 pontos que ele apresentou a líderes árabes e muçulmanos à margem da Assembleia Geral da ONU na semana passada.
O Fórum das Famílias de Reféns reiterou as acusações contra Netanyahu, acusado de “sabotar” várias propostas de cessar-fogo durante a guerra, que começou há quase dois anos, e que poderiam ter possibilitado a libertação dos sequestrados.
Depois que o Exército israelense atacou neste mês líderes do movimento islamista palestino Hamas no Catar, país mediador do conflito, o Fórum declarou em um comunicado que “sempre que um acordo se aproxima, Netanyahu o sabota”.
A carta a Trump foi publicada poucas horas antes de uma reunião na Casa Branca com Netanyahu, onde se espera que o presidente americano impulsione um plano de paz para Gaza que permita a libertação dos 47 reféns nos primeiros dois dias de interrupção dos combates, segundo a imprensa.
Em sua mensagem a Trump, o Fórum escreveu: “Você e somente você tem a força para levar este acordo até o fim, e somos muito gratos por tê-lo ao nosso lado”.
Netanyahu, no entanto, apresentou poucos motivos para otimismo nos últimos dias.
Em uma mensagem desafiadora na sexta-feira na ONU, Netanyahu afirmou que aceitar a criação de um Estado palestino seria um “suicídio nacional” para seu país e destacou que pretende “terminar o trabalho” em Gaza “o mais rápido possível”.
Dos 251 reféns sequestrados durante o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel, 47 permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo 25 que, segundo o Exército israelense, estão mortos.
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