Famílias das vítimas da creche de Janaúba sofrem com descaso

Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA, no Rio, e pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB. Iniciou carreira em 1996 em MG. Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, dos portais iG e UOL. Apresentou programas na REDEVIDA de Televisão e foi comentarista da Rede Mais/Record Minas. De Brasília, assina a Coluna Esplanada em jornais de capitais e é colunista do portal da Isto É.

Famílias das vítimas da creche de Janaúba sofrem com descaso

Polícia Militar / MG
Dezenas de crianças foram queimadas por chamas provocadas intencionalmente por um segurança em Janaúba (MG) Foto: Polícia Militar / MG

Familiares das vítimas da tragédia da Creche Gente Inocente, em Janaúba (MG), reclamam da falta de apoio da Prefeitura Municipal após o atentado com incêndio – provocado pelo vigia Damião dos Santos -, que vitimou 10 alunos e três adultos, e deixou mais de 40 feridos.

O crime aconteceu em 2017 e familiares e sobreviventes ainda aguardam indenização. Viúvo da professora Heley Abreu Silva Batista – que morreu ao tentar salvar crianças -, Carlos Batista, simboliza em áudio enviado à reportagem o triste sentimento das famílias: “A dor não é do fogo mais, e sim da frieza com que estão nos tratando”.

À Coluna, a Prefeitura de Janaúba alega que encaminhou um Projeto de Lei (012/2022) para indenizar os 86 familiares das vítimas e sobreviventes e aguarda aprovação pela Câmara Municipal: “Vale ressaltar que, desde 2017, quando ocorreu a fatalidade, não se criou uma fonte de recurso para essa indenização”.

Outro trecho da resposta causa perplexidade: a Prefeitura informa que “os valores que os familiares dos mortos e os sobreviventes receberam em virtude de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público obrigatoriamente devem ser descontados”.

Os familiares pediram apoio ao diretor da TV Escola, Francisco Câmpera, que nomeou há dois anos a professora Heley como patrona da emissora.