O Fórum das famílias de reféns condenou nesta sexta-feira (26) o apelo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na ONU para “terminar o trabalho” na Faixa de Gaza, afirmando que isso coloca em perigo os sequestrados que continuam em cativeiro.
“Cada dia em que a guerra se prolonga coloca os reféns vivos em maior perigo e ameaça a recuperação dos que foram assassinados”, afirmou em um comunicado este grupo, a principal organização israelense que reúne os familiares dos cativos.
“Repetidas vezes, [Netanyahu] optou por desperdiçar todas as oportunidades de trazê-los de volta para casa”, acrescentou a associação.
Israel “quer terminar o trabalho” contra o Hamas “o mais rápido possível” na Faixa de Gaza, declarou nesta sexta-feira o primeiro-ministro israelense na ONU.
Netanyahu também leu os nomes de alguns dos reféns mantidos em Gaza, mas não de todos, o que causou indignação no Fórum das famílias.
A associação lamentou que, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhece “sistematicamente todos os reféns, vivos e mortos, Netanyahu escolheu ler apenas os nomes dos reféns vivos”.
A guerra em Gaza estourou após o ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023, quando comandos islamistas mataram 1.219 pessoas, a maioria delas civis, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais.
Durante o ataque, os combatentes islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 47 continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 25 que foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Os ativistas também contabilizam os restos mortais de um soldado israelense morto durante uma guerra em Gaza em 2014.
O Fórum destacou no comunicado que “as famílias dos 48 reféns estão indignadas com essa omissão. Há 48 reféns em Gaza, não 20”.
“As palavras sem ações não significam nada”, acrescentou o Fórum. “Chegou a hora de honrar a vontade do povo, de ouvir o apelo de Trump e de alcançar um acordo imediato para trazer de volta os 48 reféns e pôr fim a esta guerra antes que seja tarde demais”.
A campanha de retaliação israelense já deixou mais de 65.500 mortos em Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde local, que a ONU considera confiáveis.
acc/kir/hgs/an/lm/am