Centenas de familiares de desaparecidos no México foram às ruas neste domingo (16) em Guadalajara para exigir que as autoridades não descartem nenhuma busca, apesar do ataque letal contra uma patrulha policial que verificava a suposta existência de uma vala.

Esse ataque ocorreu em 11 de julho no município de Tlajomulco, com a morte de quatro policiais e dois civis. Segundo as investigações, os agentes haviam ido verificar pistas sobre uma vala clandestina relatada em uma ligação anônima para um membro de um coletivo civil que busca pessoas desaparecidas.

O governo de Jalisco, onde fica Guadalajara, decidiu não dar mais atenção oficial a esse tipo de indicação feita por pessoas que não fornecem seus dados pessoais.

“Eles não têm consideração pela dor que vivemos todos os dias (…) É por meio de ligações anônimas que temos encontrado essas pessoas (em covas clandestinas)”, disse à AFP Virginia Ponce, cujo filho Víctor Hugo Meza Ponce desapareceu em 2020.

Diante da falta de resultados das investigações, mães, netos e filhos de pessoas desaparecidas realizam constantemente expedições com pás e picaretas em vários pontos inóspitos e inseguros do México e, várias vezes, foram atacados por criminosos.

“Chega de simulação e desprezo por parte das autoridades. Queremos que as buscas continuem como devem ser, com escolta” policial, declarou María Guadalupe Aguilar à AFP. Seu filho, José Luis Arana, desapareceu em 2011.

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