Desde quarta-feira, os vizinhos se amontoam na casa do Tlaib, no centro da Cisjordânia ocupada, para parabenizar os familiares de Rashida Tlaib, primeira palestino-americana no Congresso dos Estados Unidos.

Esta advogada de 42 anos, democrata, foi eleita em uma circunscrição de Michigan, onde o Partido Republicano não tinha candidato.

Seus tios esperam agora que sua sobrinha possa denunciar a política pró-israelense do presidente americano, Donald Trump.

Rashida Tlaib, nascida em Detroit, filha de pais imigrantes palestinos, se tornou uma das duas primeiras muçulmanas eleitas para o Congresso americano, junto com Ilhan Omar, uma somali-americana, escolhida por Minnesota.

Perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, no povoado de Beit Ur al-Foqa, os tios de Rashida, Issa e Bassam, veem sua sobrinha como uma porta-voz da causa dos palestinos, e que poderá fazer ouvir as suas vozes no Congresso americano.

Para Bassam, Donald Trump sempre toma partido por Israel. “Olhem o que ele fez: transferir a embaixada americana (de Tel Aviv) para Jerusalém, além de muitas outras coisas”, se indignou.

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“É claro que Rashida será contra essa política”, assegurou Bassam.

Sua sobrinha, crítica de Donald Trump, acusou o presidente durante a campanha em Detroit de demonizar os muçulmanos.

Também anunciou que queria se opor à ajuda americana a Israel enquanto este não buscar a paz e cessar as suas injustiças contra os palestinos.

“Vou usar o meu cargo de congressista para afirmar que nenhum país, nem alguém sozinho, deve receber a nossa ajuda (…) enquanto continuar promovendo esse tipo de injustiça”, declarou Rashida Tlaib durante uma entrevista coletiva à emissora britânica Channel Four.

A casa dos Tlaib fica a 50 metros da estrada 443, que atravessa o centro da Cisjordânia ocupada. Seus vizinhos mais próximos são dois postos de controle do Exército israelense que vigiam esta área.

“Muitas vezes te param, te revistam, te fazem chegar tarde ao trabalho. Esses são os sofrimentos que o povo palestino deve suportar”, suspirou Bassam.

Por várias vezes Rashida Tlaib visitou Beit Ur al-Foqa, a última delas em 2006, segundo seu tio. Seu outro tio, Issa, se lembra da festa “fantástica” quando Rashida se casou no povoado.

E a nova congressista prometeu voltar.

“Estamos muito felizes. É motivo de orgulho para nós, como membros de sua família, como palestinos, como árabes e como muçulmanos”, declarou Bassam.


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