O aposentado Alcides Cavéquia, de 66 anos, diagnosticado com Covid-19 dia 28 de dezembro, em Naviraí, no Mato Grosso do Sul, viu seu quadro se agravar pela falta de uma vaga em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) com máquina de hemodiálise.

A biomédica Karla Cavéquia, filha do aposentado, contou que, após o pai ser diagnosticado com coronavírus, ele fez os exames indicados, os médicos passaram os medicamentos e, como estava bem, foi orientado a ir para casa e retornar em uma semana.

Alcides seguiu a orientação passada pelos médicos. “Uma semana depois, quando ele voltou, dia 5 de janeiro, os médicos falaram que ele tinha que ser internado. Já estava em estado grave. Aí já internaram e em poucas já intubaram ele”, disse Karla. “Dia 7 já começaram a pedir transferência para hemodiálise. Só que a gente não conseguiu”, relembrou.

Segundo a filha, quando os médicos avisaram da necessidade de UTI com máquina de hemodiálise, a família passou a procurar uma vaga em diversas cidades e acionou a Defensoria Pública Estadual. “Só que a gente não conseguiu. Meu pai começou a piorar mais ainda. Eles tinham que ter conseguido uma vaga. Mas no dia 10 meu pai não resistiu”, contou ela.

Karla também revelou que, quando os médicos a avisaram que tinha conseguido uma vaga de UTI com hemodiálise, também a informaram que o idoso não havia resistido e que, para sobreviver, a transferência teria que ter sido bem antes.

“Meu pai estava respondendo bem ao tratamento no pulmão. Ele só morreu porque não tinha uma vaga para fazer hemodiálise. Ele passou um dia inteiro sem urinar e não tinha hemodiálise”, finalizou a biomédica.

O G1 procurou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e aguarda retorno.