A família do último afegão preso na base militar americana em Guantánamo, na ilha de Cuba, pediu nesta quarta-feira (29) sua libertação, em uma conferência de imprensa em Cabul, capital do Afeganistão.

“Peço às autoridades americanas que libertem meu filho”, declarou Safoora Bibi, mãe de Mohamed Rahim, antes de começar a chorar. “Por que foi detido? Que crime cometeu?”, indagou.

Rahim foi preso em 2007 no Paquistão, de acordo com sua família. Ele está preso em Guantánamo desde 2008, segundo um documento do Pentágono citado pela Anistia Internacional.

A CIA acusou-o de ser um colaborador próximo do fundador da Al-Qaeda, Osama Bin Laden – morto em 2011 pelas forças especiais americanas.

O afegão preso é apenas um, entre centenas de supostos combatentes capturados pelas forças americanas e detidos na prisão na ilha de Cuba.

Os Estados Unidos têm usado esta base como prisão militar desde 2002, como parte da sua “guerra contra o terrorismo” após os ataques de 11 de setembro de 2001.

As autoridades americanas foram acusadas de violações dos direitos humanos, prisões ilegais e tortura na prisão, onde muitos prisioneiros foram detidos sem acusação ou poder legal para contestar a sua detenção.

O tio de Rahim, Mohamed Ali, instou as autoridades talibãs a trabalharem para a sua libertação.

“Queremos que o Emirado Islâmico nos ouça, são eles que governam agora”, disse à imprensa, usando o nome formal que os talibãs usam para o Afeganistão.

“Pedimos que solicitem aos Estados Unidos que o libertem”, acrescentou.

A maioria dos detentos de Guantánamo receberam liberdade ao longo dos anos.

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