As autoridades sauditas transferiram o julgamento da ativista Loujain al Hathloul para um tribunal que trata de casos ligados ao terrorismo – informou sua família nesta quarta-feira (25), destacando que ela parece muito fraca após dois anos na prisão.

Hathloul, de 31 anos, foi detida em maio de 2018 junto com uma dúzia de outras ativistas, poucas semanas antes da histórica revogação da proibição de mulheres dirigirem carros no reino.

“O caso da minha irmã @LoujainHathloul foi transferido para o Tribunal Penal Especializado (ou) Tribunal do Terrorismo”, tuitou Lina Hathloul, irmã do ativista.

“No tribunal, ela parecia fraca, seu corpo tremia de maneira incontrolável, e sua voz estava fraca e embargada”, contou.

Apesar de sua fraqueza, a ativista leu quatro páginas de sua defesa perante o juiz, tuitou outra irmã, Alia al Hathloul.

Ambas residem fora do reino e não especificaram sua fonte de informação.

Desde março de 2019, o caso de Hathloul é julgado no Tribunal Criminal Especializado de Riade, cujas sessões são fechadas para diplomatas e jornalistas, disseram parentes e ativistas.

Este Tribunal Criminal Especializado (SCC) de Riade foi criado em 2008 para julgar casos relacionados ao terrorismo, mas tem sido amplamente utilizado para processar presos políticos.

No início deste ano, a ONG Amnistia Internacional (AI) afirmou que este tribunal é usado para silenciar vozes críticas, incluindo clérigos e ativistas dos direitos humanos, sob o pretexto de lutar contra o terrorismo.