São Paulo, 7/3 – Após o forte recuo de 6,6% em 2016, a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária em 2017 deve ser lenta por causa da situação econômica do Brasil, principalmente com a alta taxa de desemprego que corrompe o consumo interno, afirma Adriana Mascarenhas, gestora do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). “Acredito que 2017 ainda vamos ter um resultado muito fragilizado”, afirmou ela ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Adriana ressalta que a produção de proteínas no País ainda é muito atrelada ao mercado interno, que responde por cerca de 80% do consumo. Por sua vez, a indústria de carnes é grande consumidoras de grãos, principalmente o milho.
Ela avalia que em 2017 o Brasil irá contar com uma safra mais robusta – a produção de soja, por exemplo, deve superar pela primeira vez 100 milhões de toneladas – porém, os preços devem ser menores. Já as exportações devem depender do câmbio, elemento cujo comportamento ainda é muito difícil de prever.
Sobre o ano passado, a economista citou que a queda na produção do milho, de mais de 20%, foi um dos fatores que prejudicou o resultado do PIB da agropecuária. “Com relação às exportações, 55% dos produtos exportados pelo Brasil foram do agronegócio mas, quando comparado com 2015, tivemos queda nessa participação”, afirmou. Para ela, o recuo também foi um reflexo da situação econômica brasileira, com a redução do consumo das famílias e desemprego.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que no quarto trimestre de 2016 o PIB da agropecuária subiu 1% contra o terceiro trimestre, mas na comparação com o quarto trimestre de 2015 mostrou queda de 5%. A baixa de 6,6% no ano foi a maior para a série iniciada em 1996.