Em uma cerimônia discreta nesta quinta-feira, a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio enviou uma mensagem de esperança a atletas, times e países, na data que marca um ano para o início da Olimpíada, transferida para julho de 2021 em razão da pandemia do novo coronavírus. Pela data inicial, os Jogos teriam início nesta sexta, dia 24.

Foi justamente devido à covid-19 que o comitê organizador realizou um evento sóbrio num vazio Estádio Olímpico, na capital japonesa. Num palco pouco iluminado, a nadadora Rikako Ikee atuou como apresentadora, sem a presença de outras pessoas, ao enviar a mensagem, segurando nas mãos uma pequena caixa contendo a chama olímpica.

“Acredito que a chama da esperança vai iluminar este lugar daqui a um ano. Precisamos de esperança para superar as adversidades”, declarou a atleta, ela mesma um exemplo de enfrentamento de dificuldades. A nadadora, que fez sua estreia em Olimpíadas no Rio-2016, se recupera de uma leucemia.

“O futuro que havíamos planejado se transformou em algo completamente diferente. O esporte não é somente sobre os atletas. Os espores nos ensinam a importância da solidariedade”, afirmou a japonesa.

O evento realizado nesta quinta contrasta com o promovido em julho de 2019, na época faltando também um ano para os Jogos, até então marcados para 2020. Na ocasião, o clima de festa e euforia haviam dado o tom da expectativa local pela Olimpíada e Paralimpíada.

Desta vez, a pandemia e o medo do cancelamento pareceram permear o evento discreto em Tóquio. Nesta quinta, 366 novos casos de covid-19 foram confirmados na capital, um novo recorde diário.

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Em abril deste ano, um mês após o anúncio do adiamento dos Jogos, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, havia afirmado que o grande evento esportivo marcaria a “vitória da humanidade sobre o coronavírus”.

Ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vem afirmando nas últimas semanas que um novo adiamento está fora de questão. Se a pandemia não for contida até próximo da nova data dos Jogos, as competições serão canceladas.

Nesta semana, autoridades locais condicionam a realização dos Jogos, com começo agora marcado para 23 de julho de 2021, ao desenvolvimento de uma vacina para a covid-19. “O primeiro ponto será o desenvolvimento de uma vacina ou de um medicamento”, disse Yoshiro Mori, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, em entrevista à TV japonesa NHK.

“Se a situação continuar como está, não podemos (organizar os Jogos)”, acrescentou o dirigente, se recusando, no entanto, a pensar nessa hipótese. “Não posso imaginar que tudo se mantenha como está no próximo ano.”


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