Um protesto contra o corte de recursos da prefeitura do Rio para sustentar a Casa do Jongo da Serrinha reuniu dezenas de pessoas no fim da tarde desta terça-feira, 9, na Cinelândia, no centro da capital. Os ativistas acusam a prefeitura de ter cortado verbas para atingir manifestações da cultura de matriz africana. A administração repudiou as acusações e apontou a crise econômica como causadora da redução de dinheiro.

A falta de verbas atingiu, entre outras iniciativas, a Casa do Jongo, no Morro da Serrinha, na zona norte, fechada desde o início de 2018. Parte da ONG Jongo da Serrinha, a instituição atende cerca de 400 crianças da comunidade nas mais diversas atividades extracurriculares.

O jongo – dança de origem africana – é considerado patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) desde 2005. “Houve uma decisão política de não apoiar o Jongo da Serrinha”, diz Dionne Boy, coordenadora executiva da ONG.

Até 2016, a ONG se mantinha com parcerias e, sobretudo, com os fomentos provenientes dos editais lançados pela prefeitura. Quando assumiu o governo, em 2017, o prefeito Marcelo Crivella suspendeu o pagamento de recursos já editados e reduziu a verba para novos editais.

A secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, diz que há má-fé nas acusações e afirma que o maior problema é a crise financeira. “Não ajuda em nada (o debate) afirmar que a prefeitura é contra a matriz africana. Estão criando factoides”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.