O dólar inverteu a tendência de alta observada até o meio da tarde nesta segunda-feira, 19, ante o real e fechou em leve queda diante da falta de novos desdobramentos no âmbito político e em dia de volume baixo de negociações.

No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,06%, aos R$ 3,2897. O giro financeiro registrado somou US$ 834,65 milhões. Na mínima ficou em R$ 3,2843 e, na máxima, aos R$ 3,3148.

No mercado futuro, às 17h15, o dólar para julho recuava 0,20%, aos R$ 3,2985. O volume financeiro movimentado somava cerca de US$ 11,1 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,2940 a R$ 3,3250.

“O volume esteve tão baixo que não houve força suficiente, então esta reversão foi natural”, explicou o operador da corretora Multimoney Durval Corrêa, destacando a migração do investidor para o mercado acionário, com a bolsa se recuperando, após uma semana ruim. Para Corrêa, as incertezas políticas e econômicas são os fatores para o volume baixo.

Já para Fernando Oliveira, diretor de câmbio da Abrão Filho Câmbio e Capitais Internacionais, o dólar encontrou espaço para recuar devido ao desprendimento do cenário político do econômico. “O que está confortando o mercado é que a economia está se descolando da política. Meirelles e Ilan têm conseguido descolar a economia em meio a uma previsão de nova alta do PIB e inflação abaixo de 4%”, disse o diretor.

Hoje, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, voltou a destacar que a Selic (a taxa básica de juros) está em processo de queda, “em face das expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, da inflação em queda e do alto grau de ociosidade na economia”.

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Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em seu Twitter que a definição de regras para concessões e privatizações “está avançando”. Ele citou oportunidades em projetos nas áreas de energia, petróleo, rodovias e ferrovias, com regras claras para os investidores.

O cenário político chegou a pressionar o dólar para cima mais cedo. Logo na abertura, o mercado ficou atento para os desdobramentos depois que Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse, em entrevista à revista Época, que o presidente Michel Temer “comanda a maior organização criminosa do País”.

Hoje à tarde, o Planalto divulgou um vídeo em que Temer afirma que criminosos não ficarão impunes. “Acabamos com favores que privilegiavam apenas algumas poucas empresas, cortamos práticas que fizeram criminosos crescerem à sombra do dinheiro público e muita gente não gostou disso”, disse Temer. Segundo os especialistas de câmbio, o vídeo não trouxe novidades e não chegou a influenciar as negociações.


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