A falta de ação da presidente Leila Pereira e da diretoria de futebol do Palmeiras após a confirmação do erro dos juízes que estavam no VAR (Árbitro de Vídeo) no confronto entre o clube alviverde e o São Paulo, quinta-feira da semana passada, pela Copa do Brasil, deixou boa parte dos conselheiros do clube irritados.

Descontentes apenas com o ofício enviado pela direção do clube à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a UVB (União Verde e Branco), uma das chapas mais tradicionais da política palmeirense e que conta com 42 cadeiras no Conselho Deliberativo, enviou diretamente para a entidade uma nota onde reclama com veemência da arbitragem da partida,

No jogo, válido pelas oitavas de final da competição, o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 1, mas perdeu nos pênaltis por 4 a 3. No sábado, a Comissão de Arbitragem da CBF divulgou o áudio do VAR da partida. A atuação da arbitragem ficou marcada, sobretudo, pela marcação de um pênalti polêmico em Calleri no segundo tempo da partida. Porém, no lance, o atacante são-paulino estava em posição de impedimento, algo que a entidade admitiu que não foi checado pela arbitragem de vídeo.

Na nota da UVB, a chapa afirma que o erro dos operadores do VAR representa “sérios danos esportivos, financeiros e psicológicos à S.E. Palmeiras” e aos seus torcedores. Os conselheiros afirmam que Vuaden “não se preocupou em checar se todas as situações do lance foram devidamente checadas” e ainda diz que o juiz “se deixou influenciar por um erro crasso da equipe do VAR.”

Os conselheiros encerram o documento afirmando que “a CBF precisa dar exemplo e se mostrar completamente competente no que se diz respeito ao departamento de arbitragem” da entidade. Em campo, o Palmeiras volta a jogar amanhã, quando recebe o Cuiabá às 20h, no Allianz Parque, no encerramento da 18.ª rodada do Campeonato Brasileiro. O clube também segue na disputa da Libertadores, onde briga pelo seu quarto título – o terceiro consecutivo.

O time do técnico português Abel Ferreira está nas quartas de final da competição, onde enfrentará o Atlético-MG – os jogos serão nos dias 2 e 9 de agosto, o primeiro no Mineirão, em Belo Horizonte. A partida de volta será em São Paulo, no estádio palmeirense.

Confira abaixo a nota da UVB (União Verde e Branco) na íntegra.

“A UVB(União Verde e Branco) vem, através desta, manifestar nota de repúdio à atuação da equipe de arbitragem e demais representantes da CBF, na partida entre Palmeiras x São Paulo, válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Além das decisões questionáveis tomadas em campo de jogo, nas quais não vamos nos alongar, destacamos:

– Marcação de pênalti a favor da equipe adversária através do VAR sem sequer ter traçado as linhas de impedimento. Procedimento básico no protocolo. O atacante adversário se encontrava em “POSIÇÃO IRREGULAR” ao receber a bola que da origem ao lance da marcação do pênalti.

O reconhecimento do erro por parte da entidade máxima do futebol brasileiro não minimiza em nada o erro grotesco cometido pela equipe de arbitragem.

Tal conduta resulta da total falta de preparo da equipe de arbitragem. Incluindo o árbitro de campo, Leandro Vuaden, que não se preocupou em checar se todas as situações do lance fossem checadas. Se deixou influenciar por um erro crasso da equipe do VAR.

O lance, que resulta no gol adversário, e consequentemente altera o curso natural da partida e culmina com a eliminação da S.E. Palmeiras nos causa sérios danos esportivos, financeiros e psicológicos.

Entretanto, tal nota tem o objetivo principal de manifestar total indignação. E o reconhecimento do erro pela CBF não minimiza em nada a perda da S.E. Palmeiras.

Atitudes mais drásticas precisam ser tomadas em relação a arbitragem brasileira, que passa por um péssimo momento. Afastar a equipe do VAR por apenas uma rodada e permitir que Leandro Vuaden continuasse a exercer normalmente sua função entendemos ser uma falta de respeito com nosso torcedor.

A CBF precisa dar exemplo e se mostrar completamente competente no que se diz respeito ao departamento de arbitragem.

São Paulo, 17 de julho de 2022″