Falta da reforma terá impacto de R$ 14 bi no Orçamento de 2019, diz Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, minimizou nesta quinta-feira, 1º de março, o impacto da não aprovação da reforma da Previdência sobre as contas do governo este ano. Segundo ele, o Orçamento deste ano não precisará sofrer contingenciamentos em função da demora em aprovar a matéria, ao passo que as contas de 2019 sofrerão uma perda de cerca de R$ 14 bilhões. Esse corte, continuou, seria bem menor do que o registrado no ano passado.

“O problema em relação a este ano não existe, o Orçamento do ano está fechado e a reforma não teria impacto em 2018. Para o Orçamento de 2019, tem sim pequeno impacto da (ausência da reforma da) Previdência, coisa de 14 bilhões. Isso pode ser feito com cortes em outras áreas”, disse Meirelles, que participa de um evento na capital paulista.

“O problema da Previdência é de mais longo prazo. Em 2017, mais de 50% do Orçamento foi para pagar a Previdência brasileira. Isso deve representar, em 10 anos, 80% do Orçamento, o que significa que não vai ter financiamento para saúde, educação, etc”, continuou o ministro. “E digo isso partindo do pressuposto que tem o teto (de gastos), se não tiver, vai ser pior.”

Criação de empregos

A melhor política social que existe é o emprego, mas programas sociais assistencialistas também são necessários porque existe grande quantidade de mão de obra desqualificada no Brasil, declarou Meirelles.

“É importante que a pessoa que recebe o Bolsa Família tenha a oportunidade de se qualificar e que os filhos, que estudam, possam buscar emprego. A melhor política social que existe é o emprego, o salário mínimo é muito maior que o Bolsa Família”, afirmou o ministro, defendendo que isso só é possível com uma política econômica responsável e de cunho liberal, que não interfira excessivamente no funcionamento do mercado.

Meirelles criticou os governos que tentam fazer política social desfuncionalizando a economia. “Você fixa o preço abaixo do custo, ninguém produz e começa a faltar produto”, disse. “Essa é a questão: precisamos ter um liberalismo econômico que gere riqueza inclusive para ter recursos para programas sociais complementares.”