Após a prisão de um falso médico em hospital de Praia Grande, no litoral de São Paulo, familiares de pacientes procuraram a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência. O homem, que ainda não teve a identidade revelada pela polícia, se passava pelo médico oftalmologista Dr. Henry Cantor Bernal, que possui registro do Conselho Regional de Medicina de SP e atualmente trabalha na Colômbia. As informações são do G1.

O jovem Eduardo Felipe dos Santos Alves foi uma das pessoas que foi até a polícia após receber a notícia sobre a prisão do falso médico. Segundo Eduardo, o homem prestou atendimento à sua avó, Maria José dos Santos, de 66 anos. Ela deu entrada no hospital em estado terminal de um câncer.

Eduardo conta que a avó foi internada por neoplasia de colo e metástase óssea e passou por exames. Depois, o médico afirmou que ela estava com suspeita de Covid-19 e acabou sendo transferida para um área isolada.

“A gente só tinha informações através do boletim médico passado por ele. Sempre tínhamos problemas, porque ele mentia para a gente, dizendo que ela tinha comido bem e que estava melhorando. Queria dar alta pra ela”, contou ao G1.

De acordo com o jovem, Maria morreu no sábado (30) no mesmo dia em que o médico havia mudado o tom otimista e afirmado que ela teria no máximo mais dois dias de vida. “Ela respirava bem e sem aparelhos durante todo o tempo que esteve conosco por perto. Não liberamos o corpo ainda, sequer sei se realmente é ela ali dentro. Queremos o resultado desses exames para ter um velório digno”, afirmou Eduardo ao G1.

O falso médico foi preso no noite de domingo (31) por falsidade ideológica e exercício ilegal de medicina. A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce, onde o médico atuava, informou em nota que o homem foi contratado por uma terceirizada médica que presta serviços ao complexo hospitalar. “Tal empresa já foi acionada pelo Irmã Dulce, em busca de esclarecimentos para a tomada das devidas providências”, informa.

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Segundo a direção do hospital, no ato da contratação do suspeito, a empresa terceirizada havia apresentado documentação atestando a formação técnica e demais itens exigidos para que o indivíduo pudesse iniciar as atividades na unidade, como registro no Conselho Regional de Medicina.

“Desta forma, a direção da unidade registrará um Boletim de Ocorrência sobre o caso e segue à disposição para maiores esclarecimentos”, diz o comunicado.
Também em nota, Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande informa que está à disposição da equipe de investigação e que acompanha e apura todo o processo junto à gestora do Hospital Irmã Dulce.


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