O falso médico Aleksandro Gueivara foi descoberto em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Rio de Janeiro depois de cometer erros de português em receitas feitas para os pacientes. As informações são do UOL.

De acordo com o RJTV, da TV Globo, outros funcionários da UPA começaram a desconfiar de Aleksandro durante o plantão do último sábado (22). “Uma farmacêutica achou estranho porque ele não sabia usar o sistema, estava prescrevendo manualmente os medicamentos. Mesmo os dos pacientes internados ou que fossem fazer (intra) venoso”, revelou um dos profissionais da saúde, em entrevista ao jornal.

“E na escrita dele tinha muito erro de português, erros bizarros, e uma caligrafia péssima”, acrescentou a testemunha. Entre os erros flagrados, estava a palavra potássio escrita como “potacio”.

Além dos erros, uma paciente de Gueivara não conseguiu retirar os remédios em uma farmácia porque o registro do suposto médico no Conselho Regional de Medicina (CRM) não constava no sistema. Outros pacientes passaram pela mesma situação com o falso doutor e, ao retornarem à UPA, passaram com outros médicos, que prescreveram receitas completamente diferentes da anterior.

“Se fosse para eu operar, o que seria? Um falso médico me operando. E se eu tivesse algum problema a mais do que meu machucado e não soubesse de nada e a medicação que ele passasse não fizesse bem para a minha saúde?”, perguntou um dos pacientes atendidos por Gueivara.

No último domingo (23), a direção da UPA decidiu investigar o caso e descobriu o registro de CRM falso usado por Aleksandro. Ele foi contratado como plantonista pela Organização Social Viva Rio, que tem parceria com as unidades.

Em comunicado enviado ao UOL, a organização confirmou a falsificação, alegando que o homem “se apresentou com documentos falsificados para compor a escala como cobertura de um plantão pontual, devido à ausência de um dos profissionais médicos do quadro fixo”. “Após a identificação da fraude, o falso médico foi imediatamente excluído dos cadastros operacionais. O seu pagamento foi suspenso e os pacientes que retornaram à unidade foram reavaliados”, finalizou a nota.

Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Walter Palis afirmou que a farsa também foi confirmada com uso da base de dados no site do conselho. “O número do CRM denunciado não consta nos registros desta autarquia, portanto a pessoa não está autorizada a exercer a medicina”, declarou.

A Vivo Rio alegou que “todas as medidas cabíveis serão adotadas perante as autoridades policiais competentes” contra o suspeito.