Não é de hoje que as preocupações com o meio ambiente e as práticas de trabalho na indústria de mineração causam preocupação no universo das joias, tanto para quem produz como para quem as compra. Os verdadeiros diamantes passaram a ser questionados pelo grande público com o sucesso do filme “Diamante de Sangue”, estrelado por Leonardo DiCaprio, em 2006. O longa que aborda a exploração das pedras valiosas em Serra Leoa transformou o ator em um dos investidores da marca “Diamond Foundry”, onde todas as peças são produzidas em laboratório.

A novidade? A Pandora, a segunda maior joalheria do mundo, presente em diversos países, abalou o setor ao anunciar que não produzirá mais anéis, colares e pulseiras com diamantes extraídos do solo. E, ao contrário das meras bijuterias, por exemplo, os diamantes feitos com carbono, quando vistos a olho nu são praticamente iguais aos verdadeiros. Porém, não possuem o valor de um original, claro. O presidente da empresa, Alexander Lacik, disse em nota que a atitude faz parte de uma campanha de sustentabilidade mais ampla. “Podemos essencialmente criar o mesmo resultado que a natureza criou, mas a um preço muito diferente”, explicou Lacik à imprensa britânica. Diamantes artificiais custam 20 vezes menos que os verdadeiros. A atitude da Pandora não é novidade e existem diversas marcas, principalmente nos Estados Unidos, onde há uma cultura em torno da joia, usada geralmente em pedidos de noivado. Vrai, Anabela Chan, Diamond Foundry e PGD são apenas algumas das empresas de sucesso.

“Podemos criar o mesmo resultado que a natureza criou, mas a um preço muito diferente” Alexander Lacik, joalheiro

DE MENTIRA A cantora Beyoncé usou diamantes de laboratório da grife Anabela Chan (Crédito:Divulgação)

Quem usa

O público varia, mas já caiu no gosto de jovens ambientalistas, millennials e celebridades como Beyoncé, Lady Gaga e Meghan Markle. A atriz Nikki Reed ao ficar noiva usou inicialmente uma pedra original, mas depois pediu para que ela fosse trocada. Outra opção nesse caso é usar joias que já estejam na família, caso de George Clooney, ou peças compradas de segunda mão, como o anel de Scarlett Johansson, de 1920. Em 2020, a produção mundial de diamantes em laboratório cresceu entre seis e sete milhões de quilates, enquanto a produção dos extraídos caiu para 111 milhões de quilates, segundo relatório do Antwerp World Diamond Center (AWDC) e da consultoria Bain & Company. Será que o brilhante de laboratório veio mesmo para ficar?