Falhas em hospital favoreceram disseminação do coronavírus na Itália

 AFP
Homem usando uma máscara protetora brinca com pombos na Piazza del Duomo, no centro de Milão, após medidas de segurança tomadas no norte da Itália contra o COVID-19, o novo coronavírus Foto: AFP

Um novo balanço publicado nesta terça-feira pela Proteção Civil italiana indica que no país há 322 pessoas dontaminadas com o novo coronavírus, a maioria dos casos concentrados no norte da Lombardia, e foram registrados 10 falecimentos, apesar da imprensa local indicar haveria mais uma vítima fatal.

Uma série de falhas em um hospital favoreceu a disseminação do novo coronavírus na Itália, que se estendeu nesta terça-feira ao sul da península, na Toscana e Sicília, segundo informações oficiais.

“Foi uma administração inadequada dos protocolos previstos”, reconheceu o primeiro-ministro Giusepe Conte, que não especificou o nome do hospital ou o local onde as falhas foram registradas.

Das 21 regiões sob observação, em oito foram registrados casos de contágio. Entre elas estão a Toscana e a Sicília, onde uma turista da Lombardia foi hospitalizada.

Outra região mais afetada é o Veneto, cuja capital é Veneza, onde a primeira morte de um cidadão europeu pelo novo coronavírus foi registrada na sexta-feira.

A região da Emilia-Romagna é a terceira com os casos concentrados na cidade de Piacenza, perto da Lombardia.

As autoridades mantêm a atenção sobre Roma, onde três pessoas estão hospitalizadas em um instituto especializado, pois são pessoas infectadas no exterior, incluindo dois turistas chineses e um jovem italiano que acabou de voltar da China.

Por enquanto, a cidade de Codogno, no norte, foi identificada com o principal foco da epidemia.

Foi nessa cidade de 15.000 habitantes que Mattia, um executivo de 38 anos, foi hospitalizado pela primeira vez na última quarta-feira e é considerado o “paciente 1”.

– Evitar a psicose de contágio –

A pedido do governo italiano, os ministros da Saúde da França, Suíça, Áustria, Eslovênia e Croácia, vizinhos da Itália, assim como da Alemanha e da União Europeia, se reunirão nesta terça-feira em Roma para definir “linhas de ação comuns” contra a epidemia.

Até agora, os países europeus reagiram de maneira desordenada e muitos países têm “planos de pandemia” prontos que podem ser ativados dependendo da situação.

Uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) está na Itália para discutir as medidas a serem tomadas.

Todos os meios de comunicação italianos expressam sua grande preocupação porque em muitos países a porta para os cidadãos vindos da Itália começa a fechar.

A epidemia do coronavírus “está virando a esquina”, alertou nesta terça-feira o ministro da Saúde da França, Olivier Véran, antes de viajar para Roma. Mas advertiu que “não vamos fechar as fronteiras porque não faz sentido”.

A expansão do vírus gerou uma espécie de psicose contra os italianos considerados como transmissores do vírus.

Quarenta italianos da Lombardia e Veneto foram proibidos de desembarcar no aeroporto da Ilha Maurício. Casos semelhantes foram registrados em vários países.

A Grã-Bretanha pediu que seus cidadãos retornassem das áreas afetadas para se isolar em suas casas e evitar o contato com outras pessoas por 15 dias.