O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) foi provocado por falhas na drenagem e pela obra de recuo da face da represa realizada pela mineradora, conforme consta em relatório apresentado nesta segunda-feira, 29, por empresa contratada pela Vale e BHP Billiton, donas da Samarco, para apurar a queda da estrutura.

O resultado é o mesmo apontado por investigações da Polícia Federal, que decidiu no início de 2016 pelo indiciamento de todos os integrantes do comando da Samarco.

O rompimento da barragem ocorreu em 5 de outubro de 2015. A lama que vazou da represa destruiu o distrito de Bento Rodrigues, matou 18 pessoas e deixou uma desaparecida. Os rejeitos poluíram o Rio Doce e parte do litoral norte do Espírito Santo, onde está a foz do curso d’água.

A investigação contratada pelas empresas não apontou culpados e não abordou questões referentes à legislação. Durante a apresentação do relatório, em Belo Horizonte, não foram permitidos questionamentos de jornalistas nesse sentido. A empresa contratada para fazer a investigação foi a Cleary Gottlieb Steen & Hamilton, com sede nos Estados Unidos, que contratou um grupo de especialistas em geotecnia liderados por Norbert Morgenstern, professor emérito de engenharia civil da Universidade de Alberta, no Canadá.