Dois ou três artistas, que acreditam que o melhor para o Brasil é o retorno ao poder de um velho-velhaco, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, exibiram bandeiras e palavras de ordem em favor de Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, durante suas apresentações no festival de música Lollapalooza, que ocorreu em São Paulo, neste fim de semana passado.

Como ‘liberdade’ para Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e sua seita reacionária só vale quando em benefício próprio, o ocorrido foi inaceitável e, ‘voando’, provocaram o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, em busca de uma caneta amiga; que encontraram! O ministro Raul Araújo – já homenageado pelo devoto da cloroquina – sacou sua caneta censora e proferiu uma decisão ‘a la’ AI-5.

O valente, que decidiu a favor de causas bolsonaristas em outras ocasiões, enxergou nas manifestações dos artistas propaganda eleitoral antecipada. Por quê? Ora, porque gritaram ‘fora Bolsonaro’ e exibiram uma bandeira, ou algo assim, com o rosto sorridente do ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro). Para o ministro-censor, preferência política é crime eleitoral.

Que a decisão é estúpida e ilegal, e será reformada, estamos cansados de saber. Porém, não há como negar, o debate foi, de novo!, polarizado entre Lula e Bolsonaro, e a sociedade, aprisionada na armadilha do Lula Lá e Ele não, quando ambos, definitivamente, não apenas não são a solução de nossos problemas, como hoje representam a origem de quase todos os males. É como se o mundo se resumisse a eles.

De um lado o lulopetismo mobiliza suas hostes no mundo artístico, e de outro, o bolsonarismo contra-ataca com o costumeiro reacionarismo – inclusive o judicial, como neste caso. Daí, esmagada pela irrelevância no debate, já que ausente dos extremos, a tal terceira via – seja lá quem a represente – segue inexpressiva, ou melhor, inexistente. Já o coitado do Brasil, segue preso em seu labirinto.

Não há como negar: essa turma do bolsopetismo é mesmo profissa! Sabe como poucos manipular a patuleia e manter o foco (e a polarização) em torno de um vazio de ideias e de um turbilhão de ódios e preconceitos mútuos, quando o mais importante para o País – planejamento estratégico, reformas estruturantes, saúde, educação, segurança, etc. – são completamente ignorados no debate eleitoral.