VATICANO, 18 JUN (ANSA) – O papa Francisco denunciou a utilização de “comunicações caluniosas” para destituir instituições e pessoas e advertiu que é dessa maneira que se chega à “ditadura”.   

O alerta foi dado durante a homilia em uma missa na Casa de Santa Marta, residência oficial do Pontífice no Vaticano.   

“Começa com uma mentira e, depois de ter destruído uma pessoa ou uma situação com essa calúnia, se julga e se condena. Ainda hoje, em muitos países, se usa esse método: destruir a livre comunicação”, disse Francisco. Para exemplificar, o Pontífice narrou a história de Nabot, de quem o rei Acab tirou a coroa através de mentiras. Segundo o Papa, esse é o modo como muitas pessoas destituem “tantos chefes de Estado e de governo”. Contudo, ele não citou ninguém ou um governo em específico.   

“Por exemplo, há uma lei de mídia, de comunicação. Se essa lei é anulada, e todo o aparelho de comunicação é dado a uma empresa, a uma sociedade que mente, se enfraquece a vida democrática”, disse Jorge Bergoglio.   

“Depois, chegam os juízes para julgar essas instituições debilitadas, essas pessoas destruídas, condenam, e assim acontece uma ditadura”, acrescentou Bergoglio. “São assim que as ditaduras começam, adulterando a comunicação, para colocá-la nas mãos de uma pessoa sem escrúpulos, de um governo sem escrúpulos”, concluiu. O Papa ainda lembrou de episódios históricos baseados na calúnia e como ela influenciou negativamente. “Pensemos, por exemplo, nas ditaduras do século passado. Pensemos nas perseguições aos judeus. Uma comunicação caluniosa contra os judeus e eles terminaram em Auschwitz”, recordou.   

O Pontífice também condenou os “escândalos” midiáticos. “E comunicar escândalos é algo de uma sedução enorme. Seduzimos com escândalos. As boas notícias não são sedutoras. Mas um escândalo é algo como ‘Você viu isso? Viu aquilo?’, e não podemos continuar assim”. (ANSA)

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