Considerada uma das principais percursoras da cultura amazônica no país, Fafá de Belém comemorou 50 anos de carreira recentemente. Com uma trajetória repleta de identidade nacional e de uma cena musical poderosa, a cantora afirma à IstoÉ Gente que “a música sempre foi o meu jeito de falar sobre o Brasil e de defender o Pará.” Com mais de 30 álbuns gravados e dona de sucessos como “Filho da Bahia” e “Bilhete”, a artista considera que passou sua vida dedicada à arte.
“Nunca cantei só por cantar. Sempre soube que a arte tem poder. Ela toca, emociona, mas também provoca, desperta e transforma. E sigo com o mesmo desejo de sempre, ver a Amazônia respeitada e o nosso povo ocupando o lugar que merece no coração do mundo.”
Para deixar a data mais especial ainda, ela celebrou a 15º edição da Varanda de Nazaré, importante projeto que serve como uma das vitrines do Círio de Nazaré, um dos festivais religiosos mais importantes do Brasil, em Belém, Pará, no último fim de semana. O evento, que propõe uma imersão na fé e cultura local, também é um “símbolo de resistência cultural e de pertencimento” do povo, reforça a artista.
+ Fafá de Belém destaca produtos com ingredientes da natureza na rotina de autocuidado
“A Varanda é mais do que um espaço físico, é um sentimento que toma conta da gente”, conta. “Um lugar onde fé, arte e identidade amazônica se encontram e se reconhecem. Esse projeto nasceu do meu desejo de transformar o momento mais sagrado do povo paraense, o Círio, em uma celebração aberta, feita de música, partilha e emoção. Ali a reza se mistura com o canto, o choro com o riso, o popular com o erudito”, continuou.
Nesta edição, o projeto contou com a participação de artistas como Malu Galli, Fabio Porchat, Maria Eduarda de Carvalho, Alane Dias e o casal Rafa Kalimann e Nattan, reforçando a grandeza do Varanda. “É o espelho da nossa alma coletiva, o retrato do Pará que se afirma e se orgulha de suas raízes, a Amazônia viva que mostra ao Brasil que fé e cultura andam juntas, movidas pelo amor ao nosso povo”, destacou.
+ Entenda síndrome que fez a cantora Fafá de Belém cancelar sua agenda profissional
A cantora ainda evidenciou a importância de parcerias, como a da Natura, para a visibilidade do evento: “Quando uma marca decide estar presente nesse momento tão sagrado, ela se conecta com a fé, com a cultura e com a força do nosso povo. A Natura já tem uma relação profunda com a região. Valoriza os saberes da floresta, apoia artistas e acredita na potência humana que nasce daqui”, afirma. “E acredito que esse movimento pode inspirar outras empresas a enxergarem a Amazônia não como cenário, mas como origem e caminho para o futuro.”
Ver essa foto no Instagram
COP30 e Amazônia no centro das discussões
A pouco menos de um mês para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), evento no qual as nações discutem os compromissos assumidos pelos países no combate à mudança do clima, em Belém, no Pará, Fafá afirma que a “Amazônia não precisa de promessas, e sim de ações”.
“Aqui existem pessoas, saberes, ciência, cultura e soluções que nascem do nosso modo de viver. É o momento de o mundo ouvir quem cuida e quem conhece a floresta de verdade. Mas é preciso que isso vá além dos discursos. A COP só terá sentido se gerar compromissos reais com o desenvolvimento sustentável, com o respeito aos povos da floresta e com a preservação da vida.”
Ver essa foto no Instagram
*Estagiária sob supervisão