Faculdade de SP expulsa alunos de medicina que exibiram faixa com alusão a estupro

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Estudantes de Medicina da Faculdade Santa Marcelina exibem faixa com apologia ao estupro Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Faculdade Santa Marcelina, com sede em São Paulo (SP), anunciou nesta terça-feira, 29, que 12 estudantes de Medicina foram expulsos após aparecerem exibindo uma faixa com alusão a estupro em uma foto durante uma competição entre universidades realizada em março.

De acordo com a instituição de ensino, outros 11 alunos do curso receberam “sanções regimentares” como “suspensões e outras medidas disciplinares”. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o ocorrido.

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Na imagem analisada pela sindicância da universidade, que repercutiu nas redes sociais, integrantes da Associação Atlética Acadêmica Pedro Vital aparecem segurando uma faixa em que estava escrito à mão: “Entra porr*, escorre sangue”. A Faculdade Santa Marcelina pontuou que a atlética foi “interditada por tempo indeterminado”.

A frase pertencia a um “hino” dos estudantes que foi proibido em 2017 após denúncia do Coletivo Francisca — grupo feminista de alunas e ex-alunas de Medicina da Faculdade Santa Marcelina. Faixas e cânticos são comumente utilizados em eventos esportivos universitários para provocar ou constranger adversários.

O caso ocorreu durante a Intercalo, um evento esportivo voltado aos calouros da faculdade. A apresentação da bandeira envolveu alunos do time de handebol e membros da atlética.

Após o episódio, o Coletivo Francisca exigiu um posicionamento da Atlética e apontou que a faixa possui “cunho altamente machista e misógino”. “Não vamos tolerar qualquer ato ou fala que tente instaurar o medo e a opressão nos corredores da Santa Marcelina”, declarou o grupo, acrescentando que havia enviado uma denúncia aos diretores do curso de Medicina.

Quando tomou conhecimento do fato, a Faculdade Santa Marcelina afirmou que a atitude de exibir uma faixa com alusão a estupro constitui um agravo “à instituição e sua tradição, missão e valores”.

Em março, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolou uma Notícia de Fato (NF) contra a Atlética junto ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo). Trata-se de uma ferramenta de recebimento de denúncias, sendo um ponto de partida para procedimentos apuratórios.

*Com informações do Estadão