O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 18, abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer (PMDB), por suposto envolvimento em uma trama para ‘compra’ do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido havia sido feito pela Procuradoria da República (PGR).

A informação sobre o inquérito contra Temer foi divulgada pelo Jornal Hoje, da TV Globo.

A autorização coloca Temer oficialmente na posição de investigado da operação Lava Jato. O presidente da República já havia sido citado em delações premiadas de executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht, mas nenhum processo envolvendo o presidente havia sido aberto até esta quinta-feira. Temer não figurou na chamada ‘Lista de Fachin’ pois os relatos de empreiteiros que o envolviam se referiam a episódios que teriam ocorrido antes de ele assumir a presidência da República.

Agora, o motivo do inquérito se concentra em uma conversa que teria ocorrido na noite de 7 de março, no Palácio do Jaburu, quando o governo Temer já tinha cerca de dez meses. Em delação premiada, o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, diz ter gravado conversa em que o presidente teria dado o aval para o pagamento de mesada milionária para Cunha, preso na Lava Jato desde outubro de 2016. “Tem que manter isso, viu?”, teria dito Temer após Joesley relatar, na conversa, que tinha enviando remessa de dinheiro para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara na prisão.