O Facebook rejeitou nesta segunda-feira (15) os pedidos do governo e dos meios de comunicação australianos para compartilhar as receitas publicitárias com os veículos de imprensa, e insinuou que preferiria dispensar o conteúdo de notícias em sua plataforma.

O gigante americano disse à autoridade de concorrência australiana que as notícias representavam apenas uma “fração muito pequena” do conteúdo publicado pelos assinantes do Facebook.

“Acreditamos que, se não houver conteúdo de notícias disponível no Facebook na Austrália, o impacto na métrica e receita da comunidade do Facebook na Austrália não será muito significativo”, afirmou o grupo, ameaçando implicitamente um boicote aos grupos de imprensa locais.

“Dado o valor social e os benefícios para os veículos de informação, preferimos continuar permitindo que a mídia esteja presente em nossa plataforma”, acrescentou.

A Austrália anunciou em abril que pretendia obrigar o Google, Facebook e outros gigantes da Internet a compartilhar sua receita publicitária procedente dos conteúdos informativos coletados em suas páginas. O governo deve apresentar em breve uma iniciativa a esse respeito.

Tem forte apoio dos dois maiores grupos de imprensa da ilha continental, Nine Entertainment e News Corp.

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Estes atribuem a maior parte da responsabilidade pela crise sofrida pela imprensa à arrecadação de receita publicitária pelo Google, Facebook e outros.

A perda de receita com publicidade causou falências e planos sociais na indústria da imprensa australiana. Uma situação agravada pelas dificuldades econômicas causadas pelo novo coronavírus.

A Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC) estimou recentemente que o Google e o Facebook juntos arrecadam cerca de 6 bilhões de dólares australianos (4,05 bilhões de dólares) por ano em receita publicitária na Austrália.

Os principais grupos de imprensa pediram aos dois gigantes da Internet que reservassem pelo menos 10% dessa quantia para a mídia local.

O Google já apresentou uma rejeição à mídia australiana, alegando que a maioria desses benefícios não estava vinculada a sites de notícias.

Por outro lado, Google e Facebook argumentam que permitem que a mídia australiana colha centenas de milhões de dólares direcionando vários usuários da Internet para suas páginas da web.


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