BANGCOC, 25 FEV (ANSA) – O Facebook informou nesta quarta-feira (24) que fechou todas as contas ligadas ao Exército de Myanmar por conta do uso de “força letal” contra as manifestações civis pró-democracia registradas desde o golpe de estado aplicado em 1º de fevereiro.   

A medida também vale para o Instagram e, segundo a rede de Mark Zuckerberg, a decisão foi adiantada pela repressão contra os cidadãos. O Facebook bloqueou ainda qualquer tipo de propaganda dos militares em suas redes e fechou páginas de “entidades comerciais” ligadas ao Exército, sem dar muitos detalhes.   

A rede social havia sido alvo dos próprios golpistas no início dos protestos, já que ela é muito usada para marcar as manifestações e incentivar mais moradores a participarem. O bloqueio durou poucos dias e os acessos ao Facebook e ao Instagram foram restabelecidos.   

Apesar da repressão, que já deixou ao menos quatro mortos, os moradores continuam indo diariamente às ruas para pedir pela retomada da democracia e a libertação de Aung San Suu Kyi, a líder “de facto” de Myanmar, e do presidente Win Miynt.   

Os dois foram detidos por supostas “fraudes eleitorais” e presos no dia 1º de fevereiro. Após a detenção, porém, os “crimes” imputados aos dois foram outros. Para a Nobel da Paz de 1991, uma violação de uma lei de comércio pela importação de rádios de comunicação e por violar a lei de gestão de catástrofes ambientais na pandemia de Covid-19. O presidente foi acusado também pelo último “delito”.   

O golpe militar ocorreu no dia em que o novo Parlamento deveria assumir suas funções após as eleições de 8 de dezembro darem uma vitória avassaladora para o partido de Suu Kyi, o Liga Nacional pela Democracia (NLD). Segundo analistas, o Exército decidiu dar o golpe por perceber que a Nobel da Paz estava tendo muito mais influência do que os militares no país.   

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Reino Unido e ONU – O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, anunciou a ampliação das sanções contra líderes militares de Myanmar. Agora, a lista inclui nomes de mais seis generais, totalizando 19 os punidos.   

Ainda nas pressões externas, um grupo de 137 ONGs de 31 países enviou uma carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas pedindo um embargo total sobre a venda de armas para o país.   

“Os governos que permitem a transferência de armas para Myanmar, entre os quais China, Índia, Israel, Coreia do Norte, Filipinas, Rússia e Ucrânia, devem interromper imediatamente o fornecimento de armas, munições e equipamentos relacionados”, diz o documento.   

O grupo também pede a imposição de “sanções dirigidas, proibições de viagens globais e congelamento de bens dos líderes da junta militar e dos conglomerados de propriedade militar”.   

(ANSA).   


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