SÃO PAULO, 8 JUL (ANSA) – O Facebook anunciou nesta quarta-feira (8) ter desarticulado uma rede de fake news e perfis falsos ligados a funcionários do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro, além de envolvidos com o PSL, partido pelo qual o líder brasileiro foi eleito. A operação foi informada para a imprensa de diferentes países e diz respeito também aos deputados estaduais Alana Passos e Anderson Moraes, ambos do PSL no Rio de Janeiro. Segundo Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, a empresa não pode afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas pode afirmar que pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma. Ao todo, foram identificadas 14 páginas, 35 contas, 1 grupo e 38 contas no Instagram. Segundo a empresa de Mark Zuckerberg, as páginas no Facebook tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no aplicativo de fotos tinham 917 mil apoiadores. No grupo, por sua vez, havia 350 participantes. “Identificamos vários grupos com atividade conectada que utilizavam uma combinação de contas duplicadas e contas falsas – algumas das quais tinham sido detectadas e removidas por nossos sistemas automatizados – para evitar a aplicação de nossas políticas”, diz o documento oficial. De acordo com o Facebook, o conjunto removido atuava para enganar sistematicamente o público, sem revelar a verdadeira identidade dos administradores, desde as eleições de 2018. Os perfis representavam pessoas fictícias que fingiam ser repórteres e veículos de notícias. Entre os conteúdos públicos estão reportagens e eventos locais, incluindo política e eleições, memes políticos, críticas à oposição, organizações de mídia e jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia do novo coronavírus.   

Os dados foram analisados por pesquisadores americanos do Digital Forensic Research Lab (DRFLab), ligado ao Atlantic Council, especializados no combate à desinformação.   

Esta é a primeira vez que a companhia realiza uma ação dessas no Brasil. Hoje, o Facebook também removeu outras redes do mesmo tipo nos Estados Unidos, Ucrânia e em outras nações da América Latina. (ANSA)


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