Facebook critica decisão ‘extrema’ que bloqueia contas de aliados de Bolsonaro

Facebook critica decisão

O Facebook condenou neste sábado (1) o que chamou de uma decisão “extrema” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para bloquear as contas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e prometeu recorrer.

O STF está supervisionando uma investigação sobre as acusações de que membros do círculo interno do presidente fizeram uma campanha nas redes sociais para abalar a credibilidade da corte, além de caluniar e ameaçar seus ministros.

Como parte dessa investigação, Moraes ordenou a suspensão das contas de 12 apoiadores de Bolsonaro no Facebook e outras 16 no Twitter.

Os gigantes das mídias sociais dos Estados Unidos cumpriram a ordem em 25 de julho – mas inicialmente apenas impediram os visitantes de visualizar as contas no Brasil.

Os usuários bloqueados logo contornaram a proibição, dizendo a seus seguidores como alterar as configurações de sua conta para outro país.

Moraes, então, ordenou que as redes sociais aplicassem a suspensão em todo o mundo.

O Facebook inicialmente não cumpriu a ordem, dizendo que recorreria da decisão. Moraes então multou a empresa em 1,9 milhão de reais e intimou o principal executivo da empresa no Brasil, Conrado Lester.

“Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF”, informou a empresa em um comunicado.

A disputa ocorre quando o Facebook e o Twitter enfrentam uma crescente pressão nos Estados Unidos e em todo o mundo para agir de forma mais efetiva contra o discurso de ódio e a divulgação de notícias falsas em suas plataformas.

No Brasil, é parte da tensão contínua entre Bolsonaro e o STF, que também ordenou uma investigação sobre acusações de que o presidente obstruiu a justiça para proteger membros de seu círculo interno de investigações policiais.

As contas afetadas incluem figuras de destaque, como o ex-parlamentar conservador Roberto Jefferson, o magnata Luciano Hang e a ativista de extrema-direita Sara Winter.