SÃO PAULO, 06 DEZ (ANSA) – O presidente da Comissão de Cultura e Mídia do Reino Unido, Damian Collins, informou nesta quarta-feira (5) que o Facebook mantinha, com empresas parceiras, acordos que permitiam acesso a dados pessoais de seus usuários.   

Collins divulgou um sumário de cerca de 250 páginas com as informações da investigação e, de acordo com o jornal “The Wall Street Journal”, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, trocou emails entre 2012 e 2015 com outros executivos para conversar sobre empresas como a Netflix, Airbnb e Lyft terem acesso a dados de usuários da rede social.   

Os documentos revelados por Collins foram considerados sigilosos por um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, e um deles afirma que “está claro que o Facebook fez acordos com algumas empresas, o que significa que, depois das mudanças que promoveu em sua plataforma em 2014 e 2015, elas mantiveram acesso pleno aos dados de amigos de usuários”.   

Ainda segundo os documentos, “ninguém sabe se houve consentimento” dos usuários do Facebook, permitindo que as empresas tivessem acesso aos seus dados pessoais.   

“Acredito que existe um interesse público considerável em publicar esses documentos. Levantam dúvidas importantes sobre como o Facebook usa os dados, suas políticas para trabalhar com desenvolvedores de aplicativos e como exerce sua posição dominante no mercado de redes sociais”, escreveu Collins em seu perfil no Twitter.   

Em um dos emails, Zuckerberg aparece aprovando o desligamento do acesso aos dados pessoais do aplicativo Vine, que foi comprado pelo Twitter.   

O caso está na Justiça após a empresa Six4Three, criadora de um aplicativo que já saiu do mercado, ter processado o Facebook sob a alegação que a rede social usou práticas anticompetitivas, prejudicando a concorrência.   

“Os documentos que o Six4Three reuniu para seu caso infundado são apenas parte da história e são apresentados de uma maneira muito enganadora, sem contexto adicional”, disse um porta-voz do Faceook.(ANSA)