Fabricantes de dez medicamentos para doenças graves, selecionados no início do ano para negociar preços com o governo dos Estados Unidos, aceitaram participar das negociações, anunciou a Casa Branca nesta terça-feira (2).

O anúncio ocorre apesar da rejeição contínua das empresas farmacêuticas à iniciativa, na qual o governo federal busca negociar os preços dos medicamentos cobertos pelo Medicare, o programa de planos de saúde para maiores de 65 anos dos Estados Unidos.

A histórica Lei de Redução da Inflação (IRA) do presidente Joe Biden, o principal pacote de políticas legislativas de transição energética e reformas sociais que assinou no ano passado, permitiu ao Medicare começar a negociar os preços dos medicamentos pela primeira vez em seus quase 60 anos de existência.

Segundo a lei, o governo federal está limitado ao princípio de escolher apenas dez medicamentos para as negociações de preços, mas pode ampliar o programa nos anos seguintes.

Trata-se de uma medida importante, já que os Estados Unidos pagam em média 2,5 vezes mais por medicamentos receitados que outros países desenvolvidos, segundo um estudo da Rand Corporation.

“No total, os 10 medicamentos selecionados para a negociação representaram US$ 3,4 bilhões (R$ 17,5 bilhões à época) em custos diretos para aproximadamente nove milhões de inscritos no Medicare em 2022”, disse a Casa Branca em um comunicado publicado nesta terça-feira.

A lista dos dez medicamentos inclui o Farxiga, da AstraZeneca, utilizado contra diabetes e insuficiência cardíaca; Imbruvica, da Pharmacyclis, utilizado para tratar câncer de sangue; e o anticoagulante Eliquis (Apixabam), utilizado por mais de 3,7 milhões de beneficiários do Medicare.

A mudança nos preços dos dez medicamentos não entrará em vigor até janeiro de 2026.

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