Em Tudela, Espanha, abriu a primeira fábrica de bioimpressão de alimentos vegetais em escala industrial do mundo. O projeto é assinado pelas empresas Foodys (parte do Grupo ENHOL) e Coccus, que se uniram com o objetivo de encontrar alternativas à carne.
“Acreditamos em abrir as portas e queremos seduzir o grande público com produtos ricos […] conseguimos fazer em 5 minutos o que um porco leva 5 anos para fazer”, disse Lucas Irisarri, diretor de marketing da Foodys.
Com a bioimpressão 3D, as empresas pretendem colocar a tecnologia ao serviço da alimentação do futuro, considerando que, segundo Irisarri, “há mais bocas para alimentar do que vacas”.
Ao contrário da carne in vitro, que será produzida em San Sebastian, a unidade de produção de Tudela é 100% vegetal. A tecnologia utilizada baseia-se em materiais de origem vegetal ou matrizes vegetais, tais como micélio, biorreatores, proteína de ervilha, entre outras.
Embora o desenvolvimento de um bacon com estas características exija o trabalho de engenheiros, matemáticos e técnicos alimentares, baseia-se em três ingredientes: proteína de ervilha, azeite e óleo de girassol.
A emulsão destes últimos dá origem à gordura do bacon, que se liga à proteína de ervilha (a “carne” magra) para formar um bloco. Este é depois cortado em fatias, embalado e distribuído. É definido como um produto com menos gordura do que o original, sem glúten e sem soja, mas com todo o sabor e textura do bacon que as pessoas conhecem.
Bioimpressão levará alternativas vegetais a todos
“Não estamos prontos para comer comida de astronauta, precisamos de desfrutar de um momento de indulgência a comer bacon, a beber vinho, etc. A cultura alimentar está profundamente enraizada na história deste país […] queremos oferecer produtos que possam dinamizar a ementa semanal de uma família e que, gradualmente, encontrem o seu lugar”.
A Foodys é uma empresa alimentar que, desde 2008, procura responder aos desafios alimentares atuais, como a escassez de água e as alterações climáticas, através de projetos que assentam na sustentabilidade e na inovação.
A Cocuus, por sua vez, procura soluções industriais para a produção de análogos de proteínas animais, vegetais ou celulares por meio de impressão a laser 2D/3D, bioimpressão e mecatrónica. Além disso, precisava de uma injeção de capital para comercializar em massa e industrializar a sua tecnologia.
Para ambas, em parceria, é importante que os produtos sejam semelhantes aos originais, tendo em conta que os consumidores procuram alimentos saborosos, saudáveis e acessíveis.