A jogadora de vôlei Fabiana Claudino se posicionou através das redes sociais para defender o direito de expressão de Carol Solberg, atleta do vôlei de praia que gritou ‘Fora, Bolsonaro’ ao vivo, pelo ‘SporTV’ no último fim de semana. A bicampeã olímpica criticou ainda o uso da palavra ‘denegrir’ em nota da CBV e uma possível censura da entidade.

– Difícil entender o que aconteceu. Vamos por partes. Primeiro, denegrir é uma palavra de cunho racista e JAMAIS deveria ser usado em qualquer situação. Estamos lutando dia após dia contra atos racistas, fazendo campanhas educativas e protestos, então seria ótimo repensar o uso de certos termos. Com isso já deixo a dica de além de denegrir não usem “lista negra”, “mulata”, “mercado negro”, “a coisa tá preta”, “serviço de preto”, entre outras mais – disse.

– Segundo, vivemos (ainda) em um país DEMOCRÁTICO, em que atletas ou qualquer ser humano pode expressar suas convicções, desde que elas não sejam ofensivas, criminosas ou que faltem com respeito. Temos que ter muito cuidado com a censura ou flerte com a volta dela, precisamos estar atentos aos nossos direitos enquanto cidadãos. Portanto, não foi muito feliz a nota escrita pela CBV – destacou.

A atleta ainda destacou que não pretende se calar diante do racismo estrutural e da democracia.

Eu como atleta preta, que muito conquistei e representei esse país em todo mundo, não posso me calar diante das coisas que vejo. Sempre vou apoiar a democracia, as liberdades individuais e especialmente todo apoio a causa contra o racismo estrutural e diário que ainda insistimos em conviver achando “normal”.