Salah Abdeslam, único sobrevivente dos autores dos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, se radicalizou na prisão, segundo afirmou seu advogado belga, falando ao jornal holandês De Volkskrant, um dia antes dos ataques completarem um ano.

“Está com barba, se converteu num verdadeiro fundamentalista, quando antes era apenas um jovem de rua com um tênis da marca Nike”, afirma o advogado Sven Mary, que representou Salah Abdeslam durante vários meses.

Convicto de que o suspeito-chave dos atentados, encerrado em seu silêncio, não colaborará com a polícia, Sven Mary e seu colega Frank Berton desistiram no início a defendê-lo.

Para o advogado, as condições de prisão de Salah Abdeslam explicam sua radicalização e seu silêncio ante às perguntas da polícia.

Em sua cela em Fleury-Mérogis, subúrbio parisiense, Salah Abdeslam está detido em condições de isolamento e sob videovigilância 24 horas por dia.

“Não foi torturado fisicamente, mas suas condições de detenção equivalem a uma tortura psicológica”, explica.

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Abdeslam, francês nascido na Bélgica, 27 anos, esteve, segundo os investigadores, no centro do planejamento dos atentados mais violentos cometidos na França.

Depois de crca de quatro meses fugindo em Bruxelas, foi detido em 18 de março antes de ser entregue, em 27 de abril, à justiça francesa, que o acusa de assassinatos terrorista.

Interrogado várias vezes, sempre evocou seu direito de ficar calado. Seu irmão Mohamed pediu a ele em outubro que falasse o que sabe.


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