O partido de extrema direita Vox fará parte de um governo regional pela primeira vez na Espanha, depois de chegar a um acordo para integrar o executivo que será liderado pelos conservadores do Partido Popular de Castilla y León (centro), anunciaram os dois partidos nesta quinta-feira (10).
“Chegamos a um acordo legislativo com o Vox com base em um programa a serviço do povo de Castilla y León e que permite um governo estável e sólido”, escreveu em sua conta no Twitter o presidente da região, Alfonso Fernández Mañueco (PP), que graças ao acordo poderá manter o cargo.
Vox indicará quem vai ocupar a vice-presidência do governo desta região perto de Madri, que tem, como o resto das comunidades autônomas espanholas, amplos poderes.
Além disso, um membro da formação de extrema direita foi eleito nesta quinta como presidente do Parlamento regional.
Nas eleições antecipadas de fevereiro em Castilla y León, que o Partido Popular (PP) venceu, mas sem maioria absoluta, o Vox obteve 17,6% dos votos e 13 cadeiras regionais de um total de 81, em comparação com a única que tinha até então.
Depois de saber da sua entrada no executivo de Castilla y León, o Partido Socialista, no poder na Espanha, criticou imediatamente o acordo com o Partido Popular, que classificou como “pacto da vergonha”.
Marginalizado até cinco anos atrás, o Vox gerou forte comoção na política nacional no final de 2018 quando conseguiu entrar no Parlamento da Andaluzia (sul), reduto histórico da esquerda e a região mais populosa da Espanha.
Mas até agora não tinha entrado diretamente em nenhum executivo regional, nem nesta região tampouco em Madri, onde apoia os governos regionais do Partido Popular, embora sem os integrar.
Nacionalmente, o Vox tornou-se a terceira força no país após as eleições legislativas de 2019 e conta com 52 deputados dos 350 que compõem o Congresso espanhol.