O Partido liberal Reforma, liderado pela ex-eurodeputada Kaja Kallas, se impôs nas legislativas da Estônia com 34 das 101 cadeiras, em eleições mercadas pela ascensão da ultradireita.

A formação de Kallas conseguiu quatro cadeiras a mais do que na legislatura anterior, segundo os resultados definitivos, seguida pelo partido Centro, do primeiro-ministro em fim de mandato Juri Ratas, que conseguiu 26 assentos, um a menos.

O partido de extrema direita eurocético EKRE ficou em terceiro lugar, com 19 cadeiras, 12 a mais do que anteriormente, com 17,8% dos votos, graças, sobretudo, ao descontentamento nas zonas rurais, embora sua entrada no Executivo pareça improvável por falta de aliados.

O EKRE prometeu reduzir impostos e usa uma retórica nacionalista e contra a imigração.

Kallas disse à televisão pública ETV que a aliança com o “EKRE não é uma possibilidade”.

Um dos principais dirigentes do Reforma, Kristen Michal, descartou uma eventual aliança com a ultradireita e também advertiu que se aliar com as forças do primeiro-ministro em fim de mandato “não será a nossa primeira escolha”, mas pode ocorrer se isso se tornar imprescindível.

As outras duas agrupações que integravam a coalizão governante conseguiram resultados modestos. Os conservadores do ProPatrias obtinham 12 deputados (dois a menos do que na legislatura anterior) e o partido social-democrata, 10, cinco a menos que até agora.

Depois do fechamento dos centros de votação, às 15h00 (de Brasília), a polícia havia reportado apenas alguns incidentes menores, relativos, sobretudo, a ações de proselitismo eleitoral, que estão proibidas no dia da eleição.

O progresso da extrema direita havia sido antecipado em todas as pesquisas, apoiado no descontentamento nas áreas rurais, após uma campanha na qual se discutiu sobre impostos e o ensino de russo para a minoria que usa essa linguagem.

No total, 1.099 candidatos de 10 partidos aspiram aos 101 assentos no Parlamento de Tallinn, mas somente os partidos que obtiverem mais de 5% dos votos poderão entrar neste.