Expulsão de trabalhadores qualificados revolta empresários suecos

Expulsão de trabalhadores qualificados revolta empresários suecos

Os CEOs de grandes grupos suecos, como Ericsson e H&M, denunciaram nesta sexta-feira (16) a expulsão por motivos “burocráticos” de trabalhadores estrangeiros qualificados, em meio à escassez de mão de obra no país em alguns setores de ponta.

“Essas expulsões prejudicam a economia produtiva. As empresas suecas precisam contratar em todo mundo”, escrevem no jornal financeiro “Dagens Industri” (DI) Börje Ekholm e Stefan Persson, junto com outros 30 CEOS do país escandinavo.

Todos eles denunciam que “engenheiros, técnicos de informática e outros especialistas” correm “o risco de serem expulsos por motivos imprevisíveis”, ou pela menor violação – voluntária, ou não – de suas condições de residência.

Em Lund (sul), por exemplo, o libanês Hussein Ismail, diretor-geral adjunto de uma empresa de biotecnologia criada em 2012, deve abandonar o país com mulher e filhos depois de precisar reduzir o salário por três meses em 2015, para tirar a empresa de um mau momento financeiro.

A legislação sueca, que pretende impedir o “dumping” social, é muito estrita a esse respeito: se um trabalhador estrangeiro receber menos do que prevê a convenção coletiva de sua categoria, será devolvido para seu país.

Outro risco é a expulsão, por não terem tirado férias suficientes, ou por simples erros administrativos de quem contrata estrangeiros.

Essas normas “absurdas” “enfraquecem a competitividade da Suécia”, afirma Jenny Linden Urnes, presidente do grupo Linden.