02/09/2016 - 19:09
Por meio século, um cômodo do casarão de número 247 da Calle Londres, na Cidade do México, permaneceu fechado a pedido dos antigos moradores, Diego Rivera e Frida Kahlo. Entre 1929 e 1954, a Casa Azul, como era conhecida, foi a residência mexicana do casal, que ali albergou hóspedes célebres como o russo Leon Trotsky. Após a morte de Frida, a antiga moradia foi transformada em museu. O banheiro em que os artistas mais famosos do México guardaram parte de sua intimidade, contudo, permaneceria lacrado por determinação de ambos.
![Exposições mostram Frida Kahlo em preto e branco 2 Frida fotografada por Nickolas Muray](https://cdn.istoe.com.br/wp-content/uploads/2016/09/frida-kahlo.jpg)
Em 2007, ano que celebrou o centenário de nascimento de Frida e os 50 anos da morte de Rivera, o que os dois mantiveram como segredo finalmente foi revelado. No banheiro havia cerca de 22 mil documentos, além de objetos pessoais, vestidos, espartilhos, medicamentos e até brinquedos, além de 6.500 fotografias. Parte desse acervo está exposto agora em São Paulo, em dois endereços. Até 20 de novembro, o Museu da Imagem e do Som (MIS) abriga a mostra “Frida Kahlo – Suas Fotos”, com 241 imagens, enquanto o Espaço Cultural Porto Seguro exibe “Olhares sobre o México”, com 25 fotografias.
No MIS, a mostra é dividida em cinco seções. Em “Origens” estão os retratos familiares mais representativos do arquivo da artista. “Casa Azul” destaca a residência que foi cenário de muitas sessões fotográficas, incluindo aquelas em que Frida posou para o pai Guillermo Kahlo, fotógrafo profissional. “Política, revoluções e Diego” mostra cenas da revolução mexicana e retratos de líderes do socialismo que Diego Rivera colecionava.
“Corpo acidentado” inclui uma série feita pelo húngaro Nickolas Muray após o grave acidente que Frida sofreu em 1925 e que a manteve imóvel durante meses. “Amores” se concentra na vida sentimental da pintora, como na que ela aparece com a fotógrafa e modelo italiana Tina Modotti, além de retratos da atriz Dolores del Río, da pintora Alice Rahon e, claro, de Diego Rivera. O Espaço Cultural Porto Seguro reúne trabalhos de artistas que presentearam Frida, entre eles Man Ray e Pierre Verger, sempre destacando a visão particular que cada um tinha do México.