Não existia praticamente nada no Morumbi, quando a arquiteta Lina Bo Bardi e seu marido Pietro Maria Bardi decidiram morar ali. A casa, erguida em um terreno de 7.200 m² parecia flutuar sobre pilares delicados, valorizando uma imponente fachada de vidro. A utilização intensiva do material na construção é o tema da exposição Casas de Vidro – História e Preservação, que compara a casa desenhada por Lina, no final dos anos 1940, com outros três projetos modernistas emblemáticos, todos construídos na mesma época.

Em 1949, o norte-americano Philip Johnson, inaugurava sua Glass House, em Connecticut, Estados Unidos. Dois anos depois, Mies van der Rohe projetou a Casa Farnsworth, em Illinois, nos Estados Unidos. Enquanto Ray Eames, outro ícone da arquitetura moderna, terminava sua residência no mesmo estilo, apresentada com detalhes estéticos voltados para a funcionalidade da habitação.

“A mostra traz maquetes, imagens, e estudos dos arquitetos, levantando as semelhanças e mostrando o papel precursor que tiveram”, diz Sol Camacho, que assina a curadoria da exposição ao lado de Renato Anelli. “Com exceção de Mies van der Rohe, os arquitetos construíram suas casas como experimentos e acabaram vivendo nelas pelo resto da vida.”

Residência do casal Bardi por 40 anos, a Casa de Vidro tornou-se um marco arquitetônico da cidade, representando o início de uma revolução baseada na transparência dos grandes panos de vidro e na rigidez das estruturas de aço e concreto. “Lina adorava a sensação de proximidade com a natureza e costumava reunir amigos ligado à cultura e às artes em sua casa”, diz Waldick Jatobá, diretor-presidente do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi.

Paralelamente, haverá uma mesa de debates, na quarta-feira, 11, no auditório do Masp, com a presença dos diretores e curadores das quatro casas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.